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Mercado Externo

A China descobriu o Brasil

Essa aproximação não está restrita apenas a importação de alimentos e a aquisição de terras, mas também em investimento no agronegócio

A China descobriu o Brasil

Os engravatados chineses e o Brasil estão cada vez mais próximos. Essa aproximação não está restrita apenas a importação de alimentos e a aquisição de terras, mas também em investimento no agronegócio.

No ano passado 30% do agronegócio brasileiro foi exportado para a China. O país é o maior importador da soja brasileira, mas a importação de carne do Brasil também está crescendo rápido. Neste ano a China é o segundo maior importador de carne de boi e frango e o terceiro de carne suína. Embora a soja seja o principal mercado, a exportação de outros produtos tem crescido fortemente. Cerca de um ano depois da abertura do mercado de carnes chinês, o valor da exportação já está em €700 milhões. O valor da carne de frango chegou a €312 milhões nos primeiro cinco meses do ano. Neste período, cerca de 29 mil toneladas de carne de porco, um total de €52 milhões foi exportado para a China.

Investimentos chineses no Brasil

A China também descobriu no Brasil um lugar para investir e produzir. O governo chinês controla a maior comerciante de grãos Cofco Agri is China’s, que tem ganhado cada vez mais espaço no Brasil. A demanda por cultivos para alimentação humana e animal é alta, o país quer controlar a produção e o comércio dessa cultura. Além da soja, o milho, trigo e açúcar.

Empresas chinesas exportam 45% da soja do Brasil

No ano passado empresas chinesas, Cofco e outras, foram responsáveis por 45% das exportações brasileiras de soja, farelo de soja e milho. Isso fez da China menos dependente das grandes empresas como a ADM, Bunge, Cargill and Louis Drefus. Cofco, que atua em logística, processamento e comércio, está em busca de parcerias estratégicas em relação a segurança alimentar. Em março de 2014, comerciantes holandeses de grãos assumiram a Nidera e, em abril adquiriram a participação majoritária do Noble Group, com sede em Hong Kong.

Hunan Dakang também pretende expandir no Brasil

A Hunan Dakang, parte do Pengxin Group, uma das maiores companhias do agronegócio da China, também pretende expandir sua atuação no Brasil. Alguns anos atrás o empreendimento passou de engorda de suínos para um conglomerado na área de alimentação animal. A companhia passou a ter uma participação em uma empresa de Locas do Rio Verde (MT). Em abril o comerciante de grãos e fabricante de lubrificantes brasileiro faturou €260 milhões. Fiagril tem se destacado no mercado de grãos há uma década e em um período mais curto em biodiesel, sementes, fertilizantes e logística. Em 2015 ela negociou cerca de três milhões de toneladas de grãos e investiu substancialmente em armazenamento e particularmente em logística. O foco é o transporte por navios para portos no norte do país. 

Investimentos não apenas em terra

Nos anos passados as empresas chinesas investiram na aquisição de terras, mas na atualidade a politica da Agência de Investimentos Estrangeiro (OFDI) do país não orienta mais esse tipo de investimento. O foco são aquisições em toda a cadeia, para deter o controle do fluxo de ofertas e preços. Atualmente existem empresas chinesas investindo em laticínios, aves, grãos, açúcar, máquinas, suinocultura e nutrição infantil.

Durante a reunião do G-20 realizada recentemente na China, os governantes do Brasil e chineses concluíram um acordo de parceria e cooperação para a criação de um fundo de investimento entre os dois países no valor de €900 milhões. O Brasil tem como objetivo a melhoria dos serviços na agricultura, infraestrutura, armazenamento, logística e portos. As empresas chinesas serão beneficiadas com melhores condições de investimento. O Ministro da Agricultura do Brasil, Blairo Maggi espera que a participação brasileira na agricultura mundial aumente 10% nos próximos cinco anos em virtude desse acordo.