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Expedição Safra

Agricultores do Matopiba mantêm cautela, mas alcançam boa produtividade

Região colhe safra de retomada após quatro ciclos de quebra nas lavouras

Agricultores do Matopiba mantêm cautela, mas alcançam boa produtividade

Na nova fronteira agrícola brasileira, região formada pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (Matopiba), as lavouras de soja estão recuperando os índices de produtividade perdidos nas últimas temporadas. Após quatro quebras sucessivas na safra devido à instabilidade climática, no entanto, os produtores do Matopiba preferem manter a cautela. O diagnóstico é da equipe da Expedição Safra, que fez um levantamento técnico-jornalístico da produção de grãos e percorreu os quatro estados ao longo de março.

“Este ano o cenário é muito bom até o momento, mas os produtores estão cautelosos por causa do histórico e porque as lavouras ainda precisam de chuva para finalizar o desenvolvimento”, ressalta o integrante do projeto, Antonio Senkovski. No Piauí, por exemplo, as lavouras sustentam potencial de produtividade média de 50 sacas de soja por hectare (sc/ha) – realidade bastante diferente da temporada anterior, quando foi comum produtores alcançarem 10sc/ha. “Em algumas regiões do estado não foi possível nem mesmo iniciar a colheita”.

No Tocantins, segundo levantamento da Expedição Safra, a produtividade da soja está mais instável. Em visita às regiões de Guaraí e Gurupí (TO), a equipe encontrou talhões com índices de até 60 sc/ha, e áreas com desempenho menor, abaixo de 45 sc/ha. “A distorção ocorre entre as lavouras já consolidadas e as que foram abertas nessa temporada. Teve menos abertura de área, por causa da seca das últimas temporadas, mas ainda assim houve expansão”, explica Senkovski.

Entre os estados do Matopiba, o Tocantins é o que tem maior potencial de crescimento da área plantada, mas a Bahia também investiu em expansão de lavouras na última década, conforme apurou a Expedição Safra. Segundo informações da Associação de Agricultores Irrigantes da Bahia (Aiba), o Oeste do estado tem 1,58 milhão de hectares dedicados à oleaginosa e deve atingir produtividade média de 55 sc/ha na colheita de verão. A região também produz milho e algodão.