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Agro abre vagas com bons salários e o conforto do campo

Em época de desemprego, atividades ligadas à agropecuária seguem em expansão. Piloto de avião agrícola a operador de colheitadeira podem ter vida confortável no campo.

Agro abre vagas com bons salários e o conforto do campo

O agronegócio foi o único setor da economia que ampliou o número de empregos em junho, conforme o IBGE. O impulso teria vindo da agricultura, pelas contratações da colheita do café e da laranja. Mas pelo interior do país, a agropecuária não contrata só trabalho braçal. Profissões que vão de piloto de avião agrícola a cultivador de campos experimentais são oportunidades que chamam trabalhadores desempregados para o setor. Com qualificação, chega-se a receber salário inicial de R$ 3,5 mil.

Há profissões com salário acima de R$ 2 mil, como a de operador de colheitadeira, que exigem mudança do trabalhador para regiões distantes de centros urbanos, é verdade: como Luís Eduardo Magalhães, no Oeste da Bahia, ou Baixa Grande do Ribeiro, no Sul do Piauí. Mas quem faz um curso e busca uma vida nova terá rotina bem menos árdua do que parece. O operador fica o dia todo em cabines com ar condicionado e boa parte da operação é controlada eletronicamente, por GPS.

O conforto que esses trabalhadores têm no campo é bem maior do que o observado em funções braçais. Administradores rurais ou cuidadores de aviários muitas vezes têm moradia gratuita em fazendas bem equipadas. O que não muda é a exigência de dedicação. O Agronegócio Gazeta do Povo fez uma sondagem considerando profissões que combinam salário e qualificação. Veja abaixo.

Operador de colheitadeira – R$ 2,4 mil

Colheita exige força máxima e abre contratação de operadores e mecânicos nos estados do Cerrado.

Luís Eduardo Magalhães é o município com maior número de vagas no Oeste da Bahia. Neste momento são mais de 80 e não é à toa. Concentra empresas ligadas ao agronegócio, de transportadoras a hotéis e restaurantes que atendem quem passa pela cidade ou se mudou recentemente para lá. Há vaga por exemplo para operador de máquina agrícola (trator, colheitadeira), função que têm rendido em média salário de R$ 2,4 mil. Quem busca trabalho em Luís Eduardo e tem qualificação pode disputar ainda vaga de mecânico de trator, técnico agrícola, motorista de caminhão bitrem. A efervescência do agronegócio estimula contratações também no comércio e no setor de serviços.

Supervisor de expedição – R$ 3,5 mil

Com salário de R$ 3,5 mil e vaga em Sorriso (Médio-Norte de Mato Grosso), o supervisor de expedição precisa acompanhar todo o processo de expedição e logística de mercadorias como congelados, além de treinar colaboradores e fazer relatórios à diretoria da empresa. O empregador que oferece a vaga de Sorriso pelo Sistema Nacional de Emprego (www.sine.com.br) é mantido em sigilo. O setor de congelados promete abrir dezenas de vagas neste ano no município mato-grossense com a reabertura de dois frigoríficos de carne branca. Capital da soja, Sorriso se tornou também líder nacional na criação de peixes.

Agrônomo RTV – R$ 3,2 mil

Com os agrônomos focados nas regiões de expansão das lavouras de soja — nos estados do Cerrado –, tem vaga aberta para a função em Passo Fundo, na região gaúcha de onde a produção brasileira de grãos começou a se expandir um século atrás. A média de salário para esse posto, que implica na prestação de serviços e na venda de produtos agrícolas aos agricultores, é de R$ 3,2 mil, conforme o Serviço Nacional de Empregos (www.sine.com.br). Os postos de Representantes Técnicos de Vendas (RTVs) se multiplicam pelo país e, até pela complexidade da agricultura, tornam qualificação de técnico agrícola e agrônomo indispensáveis. Um RTV pleno tem salário de R$ 9 mil em multinacionais, conforme depoimentos dados ao site www.lovemonday.com.br.

Administrador rural – R$ 5 mil

Administrar uma fazenda ou uma unidade de produção rural não é fácil. E encontrar um administrador de confiança também não. A função, que exige formação e conhecimento de base do agronegócio, rende salário acima de R$ 5 mil para quem tem experiência, conforme pesquisa junto ao Banco Nacional de Empregos. Em Mato Grosso do Sul, procura-se administrador com disponibilidade para morar em Chapadão do Sul, na divisa com Goiás. O anúncio vem sendo divulgado na capital, Campo Grande, onde os empregadores esperam ganhar mais visibilidade.

Piloto de avião agrícola — R$ 30 mil

Pilotos fazem contratos por safra e podem ganhar mais de R$ 1 mil por dia.

Um piloto de aeronave agrícola pode receber mais que R$ 1 mil por dia na safra de verão. Os contratos normalmente são feitos por temporada. Além de experiência – pede-se até três safras ou 800 horas –, é cada vez mais necessário entender de agricultura. A direção do vento, a umidade, a temperatura, a posição do sol determinam o melhor momento da aplicação de um defensivo, por exemplo. As vagas são anunciadas no site do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (www.sindag.org.br) sem muitos detalhes. Os contratantes, no entanto, normalmente são dos estados do Cerrado (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí, Bahia). A aviação agrícola contrata também mecânicos e técnicos agrícolas.

Gestor da produção – R$ 3 mil

Cadeia da carne de aves cresce no Paraná e abre vagas também de gestão.

Um exemplo de setor que se expande e abre vagas – muito além da sojicultora – é o da carne de frango. Na própria base da cadeia de produção, faltam gestores. O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) vem oferecendo cursos na tentativa de reduzir esse déficit, formando tanto quem é dono do próprio negócio quanto quem irá atender novos investidores. Em Assis Chateaubriand, um dos municípios líderes em Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuário no Paraná, o Senar inaugurou o primeiro Centro Tecnológico de Avicultura do Paraná, dentro do Centro de Treinamento Agropecuário (CTA) local. É um aviário modelo com 1,2 mil metros quadrados bem equipado, para capacitar produtores e trabalhadores. Para garantir vaga no setor, é preciso aprender não só como criar um frango, mas também a medir e controlar velocidade do ar, temperatura, umidade relativa. A promessa é de salários de até R$ 3 mil.

Vaqueiro para ordenha – R$ 1,6 mil

Quem tira leite precisa bem mais do que manipular os equipamentos.

A falta de mão de obra em unidades de produção de alimentos como o leite se tornou um problema crônico, conforme o setor. Os trabalhadores ficam pouco tempo na função, que exige mais qualificação do que se imagina. Quem tira o leite precisa saber a maneira correta de desinfetar tetos, manipular testes clínicos, acoplar adequadamente os extratores, executar os cuidados sanitários pós-ordenha, entender da dieta e do bem estar das vacas leiteiras, identificar e controlar doenças como a mastite, que aparece nos tetos do animal. Fazer cercas e piquete complementa as funções do vaqueiro de ordenha, contratado por salários de R$ 1,6 a R$ 2,6 mil, conforme o Site Nacional do Emprego (www.sine.com.br).

Plantador de campos experimentais – R$ 1,1 mil

Na região Oeste do Paraná, Cascavel e Toledo corriqueiramente estão à procura de trabalhadores para preencher vagas de empresas ligadas ao agronegócio. Em municípios menores, também há constante seleção de trabalhadores. O frigorífico da C. Vale, de Palotina, por exemplo, chega a buscar trabalhadores em Mato Grosso do Sul. Quem tem alguma ligação com o meio rural pode disputar vagas menos árduas que as das linhas de corte de carne, como a de cultivador de campos experimentais. Neste momento, há três postos de trabalho para quem atue como auxiliar de campo, ajude no plantio e na colheita de canteiros experimentais e tenha carteira de motorista. O salário é de R$ 1,1 mil. Há também vagas para trabalhador rural (cultivo da terra, monitoramento de criadouros de suínos e aves, auxiliar de serviços gerais em fazendas) em Maripá, São Pedro do Iguaçu e Ouro Verde do Oeste, por salários de cerca de R$ 1,6 mil.