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Comércio

Arábia Saudita aumenta imposto de importação de frango

Alíquota foi elevada de 5% para 20%. Associação do setor avícola avalia que impacto nas exportações brasileira será 'marginal'

A Arábia Saudita elevou de 5% para 20% o imposto de importação de frango, segundo informou nesta sexta-feira (06/01) a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O país é o maior mercado do frango brasileiro no exterior.

Segundo o gerente de acesso a mercados da ABPA, José Pimenta, a alíquota voltou ao patamar de 2008, quando havia sido reduzida para 5%. Naquele ano, houve forte aumento nos preços internacionais dos alimentos e países dependentes de importações enfrentaram momentos de crise.

A Arábia Saudita importa 57% do frango que consome, e o Brasil participa com 88% das importações. Nesse sentido, Pimenta avalia que o impacto do aumento do tributo nas exportações brasileiras será “marginal”, dada a forte presença do produto brasileiro no mercado, o tamanho da produção e a grande capacidade que o País tem de fornecer carne halal, preparada de acordo com as tradições muçulmanas. “Não vemos [possibilidade] de uma redução drástica”, disse o gerente.

A nação árabe vem desenvolvendo a produção local de frangos e há interesse do setor avícola saudita no aumento da taxa de importação do produto. De acordo com Pimenta, de 2015 para 2016 a produção do país aumentou 3%, ao passo que as importações totais caíram 2%.

Do ponto de vista legal não há muito o que fazer, pois a alíquota de 20% é o teto para o produto estabelecido pela Arábia Saudita na Organização Mundial do Comércio (OMC), ou seja, o país tem direito de elevar a tarifa até este patamar.

“[A Arábia Saudita] pode vir a diminuir [o imposto] no futuro? Pode”, afirmou Pimenta. “[O mercado] é muito dependente das importações para o consumo interno”, acrescentou.

Nesta sexta-feira, dia em que o aumento do imposto veio a público, as ações ordinárias da BRF tiveram a maior baixa da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Os papéis recuaram 5,11% sobre a cotação do dia anterior, para R$ 46,05. A holding que controlas as marcas Sadia e Perdigão é líder no mercado saudita e esta semana mesmo anunciou o início das operações de sua subsidiária exclusiva para os países muçulmanos, a OneFoods, com sede em Dubai.

As exportações de frango do Brasil à Arábia Saudita somaram US$ 1,16 bilhão no ano passado, um recuo de 14,6% em comparação com 2015, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Esta semana também, a Arábia Saudita ainda suspendeu as importações de frango, ovos e derivados de algumas províncias Hungria, Ucrânia, Polônia, Holanda e França, e da Índia em sua totalidade. A justificativa é a ocorrência de gripe aviária nestes países.