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Agropecuária

Atividade agropecuária está comprometida em áreas atingidas pela lama em MG, diz Embrapa

Rejeitos da mineradora Samarco afetaram 1.430 hectares nos municípios de Mariana, Barra Longa e Rio Doce.

Atividade agropecuária está comprometida em áreas atingidas pela lama em MG, diz Embrapa

Um estudo encomendado pelo Governo de Minas Gerais em conjunto com a Emater-MG revelou que o solo das áreas atingidas pela lama da barragem da mineradora Samarco, em Mariana, na região Central do Estado, não apresenta condições para o desenvolvimento de atividades agropecuárias.

A pesquisa foi realizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e também mostra que não foi detectada a presença de metais pesados em níveis tóxicos nas amostras coletadas. A área atingida pelos rejeitos é de 1.430 hectares e abrange os municípios de Mariana, Barra Longa e Rio Doce.

“O que o relatório da Embrapa aponta é deficiência de fertilidade do solo, após a avalanche de lama e rejeitos de mineração. Existem também problemas de ordem física. Surgiu uma nova camada na parte superior do solo que é praticamente inerte”, explica o presidente da Emater-MG, Amarildo Kalil.

Solo infértil

Foram realizadas coletas em dez pontos de amostragem da área atingida pela lama. As análises foram feitas nos laboratórios da Embrapa Solos, no Rio de Janeiro. “Apesar de não ser tóxico, o material que está se sedimentando não apresenta condições para a germinação de sementes, nem para o desenvolvimento radiculares das plantas. Além da baixa fertilidade e dificuldade de infiltração de água, o nível de matéria orgânica necessário para a vida microbiana do solo também foi bastante prejudicado”, explica Amarildo Kalil.

 O estudo aponta redução no solo dos níveis de potássio, magnésio e cálcio que são necessários para o desenvolvimento de atividades agrícolas. O pH, que mede a acidez do solo, também foi alterado. A tendência é que o solo fique bastante compactado por causa dos altos teores de silte e areia fina, com baixa presença de argila.

“Infelizmente, o resultado dos estudos confirmou o estrago para a atividade agropecuária na região. Nosso desafio agora, envolvendo todas as esferas do setor público, é reduzir os problemas dos produtores e buscar alternativas econômicas para eles. A contribuição da Secretaria de Agricultura e suas vinculadas, em articulação com a Embrapa, será disponibilizar todo o nosso conhecimento técnico e científico para, no futuro, reconvertermos os solos atingidos em aptos para a agricultura”, comenta o secretário de Estado de Agricultura, João Cruz.

Reflorestamento

Para o presidente da Emater-MG, Amarildo Kalil, a solução é uma intensa atividade de reflorestamento, com diversas espécies nativas, na área atingida pelos rejeitos da mineração.

A Emater-MG também elaborou um plano de ação junto com a Epamig e prefeituras para fazer visitas aos produtores atingidos pelo rompimento da barragem. Estão sendo  aplicados questionários para, principalmente, quantificar as perdas sofridas pelos agricultores.