Exportadores brasileiros de alimentos negociaram seus produtos nesta quarta-feira (04) com importadores da Jordânia em rodada de negócios na Câmara de Comércio Árabe Brasileira. O encontro fez parte da agenda de delegação do país do Oriente Médio que participa da feira da Associação Paulista de Supermercados (Apas).
Anderlon Santos, gerente-geral da trading West Food, contou que sua empresa tem forte atuação no Oriente Médio, exportando para países como Irã, Iraque, Bahrein, Catar e Emirados Árabes Unidos. A empresa atua na comercialização de carne bovina, de frango e de carneiro.
“Falamos com o senhor Ahmad [Nazmi], da empresa Talhouni. Ele tem interesse em frangos para serem vendidos aos soldados da Jordânia”, disse Santos. O executivo explicou que todos os frangos comercializados por sua empresa são do frigorífico Nicolini. Ele irá negociar o embarque de mil toneladas mensais do alimento para a empresa jordaniana. Atualmente, a West Food embarca cerca de 1,5 mil toneladas mensais de carne bovina e de frango ao Oriente Médio.
Já a indústria Cavalcante produz alimentos como azeite de amendoim, farinha de amendoim, café e doces. “O mercado árabe é um mercado pelo qual nós sempre nos interessamos muito. A Câmara Árabe tem nos ajudado muito. Nos associamos [à entidade] há um mês e foi feita a tradução dos rótulos, folders, e agora vamos começar a fazer a tradução do site”, destacou Cyro Cavalcante, proprietário da empresa.
O empresário conversou com representantes das jordanianas Hararah Trading e BCC e contou que ambas se interessaram pelo azeite de amendoim, café em cápsulas e farinha de amendoim. “Eles querem começar fazendo degustações. A intenção é entrar nas grandes redes de varejo lá”, disse. Segundo ele, as negociações “estão bem encaminhadas” e o próximo passo será o envio de amostras ao país árabe.
Renato Miralla, sócio da trading MBR Company, falou com o representante da Khader Al-Amouri & Sons Co. A empresa brasileira exporta frutas frescas ao Oriente Médio e quer começar a exportar café verde.
“Há um ano, nós desenvolvemos uma parceria com a segunda maior cooperativa de café arábica do Brasil, que é a Cocatrel [de Minas Gerais], com o objetivo de fazer a exportação direta do café da cooperativa. São mais ou menos dois milhões de sacas de café verde por ano [produzidos por eles]”, afirmou o empresário.
Miralla avaliou a conversa com o jordaniano como “muito boa”. “Ele é um importador ativo de café verde. Ele importa de 100 a 150 contêineres por ano de café brasileiro e o que nós estamos colocando é a alternativa direta de exportação da cooperativa”, disse o empresário. “A safra nova de café começa em 30 dias. Assim que a safra entrar na cooperativa, nós vamos poder passar as condições, mandar amostras e, eventualmente, fechar negócios”, completou.