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Brexit

Decisão do Reino Unido de deixar União Europeia não trará impactos para agronegócio brasileiro

Para Marcos Sawaya Jank, vice-presidente de assuntos corporativos e desenvolvimento de negócios da BRF na Ásia-Pacífico, decisão dará à Europa uma conotação mais protecionista  

Decisão do Reino Unido de deixar União Europeia não trará impactos para agronegócio brasileiro

A decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia não deve ter impactos nas exportações do agronegócio brasileiro. Para Marcos Sawaya Jank, vice-presidente de assuntos corporativos e desenvolvimento de negócios da BRF na Ásia-Pacífico, a relação comercial brasileira com a União Europeia na área agrícola é pouco expressiva e não deve influenciar os embarques do setor. “A União Europeia é muito importante para o agronegócio brasileiro como um “driver” de regras. Muitos dos nossos importadores obedecem a regras comerciais e sanitárias formuladas pela Europa”, afirma Jank. “O consumo do Reino Unido não vai se alterar por causa do Brexit. Até porque ele já compra dentro da Europa e vai continuar comprando”, avalia.

Já sob o aspecto de aliança político-econômica e modelo de integração comercial, a saída do Reino Unido da União Europeia representa um grande abalo, aponta Jank. “O grande fenômeno de integração do século XX foi a formação da União Europeia. Sou um fã ardoroso da União Europeia como uma maneira de resolver questões seculares dentro da Europa”, afirma. 

Segundo o executivo, a decisão do Reino Unido dará à Europa uma conotação “um pouco mais protecionista”, já que o Reino Unido é uma voz mais liberal dentro do continente. “Mas a decisão não é apenas uma questão financeira e econômica, trata-se de uma questão de uma integração que já acontece desde 1957 e que agora retroagiu e isso não é bom”, afirma Jank.

Decisão histórica

Em decisão histórica, os britânicos decidiram ontem (23/06) deixar a União Europeia, bloco político e econômico que hoje congrega 28 países e ao qual aderiram em 1973. O processo ainda precisa passar pelo Parlamento, mas a saída é dada como certa. A negociação da ruptura – o Brexit, fusão das palavras “saída” e “britânica” em inglês – deve levar dois anos.

Em texto publicado após o resultado final do plebiscito, a revista “The Economist” classificou como “separação trágica” a resolução do Reino Unido e afirmou que a decisão pode gerar uma “economia permanentemente menos vibrante”, com menos empregos, receita e mais austeridade.