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Deu Trump: e agora para o agro brasileiro? - Por José Luiz Tejon

Com Trump o que se aguarda é uma posição mais radical nas relações e um Estados Unidos acima de tudo e de todos.

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Hillary Clinton significaria manutenção do status quo atual, mas com Trump o que se aguarda é uma posição mais radical nas relações e um Estados Unidos acima de tudo e de todos.

Com ele, na minha opinião, teremos uma agressividade mais bélica no mundo dos negócios, regras muito mais protecionistas ao agronegócio americano e planos ousados de conquista de mercado. Para Trump, aliados dos Estados Unidos serão apenas os que abrirem suas fronteiras para o progresso dos interesses americanos.

O Brasil significa adversário em muitas áreas do agro, sem esquecer os recentes embates na OMC (Organização Mundial do Comércio) sobre o subsídio norte-americano ao algodão, por exemplo, se não na prática, com certeza isso será a nova voz, imperativa e autoritária, eliminando a dúvida do povo americano sobre quem manda e deve continuar mandando no mundo.

Porém, o mundo globalizou, e se por um lado com Trump teríamos um competidor muito mais agressivo e vociferante, por outro, os nossos grandes clientes internacionais hoje teriam muito menos confiança ao negociar com os Estados Unidos, pois se embargos comerciais com produtos agrícolas já são costumeiros nas guerras frias, com o general Trump a frente da Casa Branca, haverá chances maiores de serem utilizados.

Hoje o agronegócio significa segurança alimentar, acima de tudo. Dessa forma, a curto prazo, devemos estar muito mais preocupados com o destino político da China, Ásia, Oriente Médio e com países africanos mais próximos de relações duradouras com o Brasil, sem esquecermos da América Latina, um continente inteiro ainda carente de muitas ações inteligentes de comércio. E viva o México.

Por outro lado, o Brasil no agronegócio precisa de uma política urgente de segurança científica e tecnológica. Aí sim, se sofrermos algum tipo de distanciamento entre o estado da arte científica no agro oferecida a nossos concorrentes internacionais, podemos ter um significativo perigo estratégico.

Segurança científica e tecnológica: essas sim são as principais questões. Que venha Trump e que venha pela frente. Pode ser boca dura, mas não é nada burro. O mundo dos negócios pauta relações, aliados e decisões. O mundo continua. “Taking care of business”.

* José Luiz Tejon Megido, Conselheiro Fiscal do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS), Dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM, Comentarista da Rádio Jovem Pan