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AveSui 2016

Discussões sobre saúde animal e consumo consciente de recursos encerram debates técnico-cientificos da 15ª AveSui

Produção livre de antibióticos e a preocupação com o uso adequado das riquezas naturais foram os destaques dos dois últimos painéis da maior feira de aves e suínos da América Latina

Discussões sobre saúde animal e consumo consciente de recursos encerram debates técnico-cientificos da 15ª AveSui

O XV Seminário Técnico Científico de Aves e Suínos, que faz parte da programação da AveSui 2016, encerrou com dois painéis que apresentaram propostas para algumas das principais preocupações contemporâneas nos setores de avicultura e suinocultura: como produzir mais utilizando menos os recursos naturais e como criar animais livre de antibióticos?

 No primeiro painel, sobre Consumo Consciente de Recursos, o destaque ficou para a palestra sobre o uso racional dos recursos hídricos na suinocultura,  comandada pelo Dr. Paulo Armando de Oliveira, pesquisador da Embrapa Suínos e Aves. Ele citou como solução para o desperdício pequenos ajustes que poderiam ser corrigidos no dia a dia da granja, como regular a vazão e a pressão da água. Paulo disse que onde há esta preocupação, a economia com o gasto de água pode chegar a 50%. “A recomendação é uma vazão de 0,5 a 1 litro de água por minuto na produção de leitões, mas o que ocorre é uma vazão de 2 a 2,5 litros por minuto. Os bebedouros ficam com excesso de água, os animais não consomem e gera um desperdício de 1 a 1,5 litro de água por animal.”, exemplificou o pesquisador.

Ele ainda pontuou que uma outra forma de evitar gastos desnecessários e que proporciona conforto aos animais é o isolamento eficiente das granjas, tanto de aves como de suínos. Para o coordenador do painel, Dr. Marcelo Miele, pesquisador e chefe de transferência de tecnologia da Embrapa Suínos e Aves, a preocupação com uma produção mais sustentável se faz necessária não só pela questão de gerir corretamente os recursos naturais como pela saúde financeira do negócio. “As ações positivas ou negativas em um refletem diretamente no outro”, alertou Miele.

No segundo painel, que questionava se é possível a produção livre de antibióticos, uma das coordenadoras, Dra. Vivian Feddern, também pesquisadora da Embrapa Aves e Suínos, disse que apesar do nome do painel, no Brasil esses medicamentos são utilizados com regulamentação e segurança, com o objetivo de garantir a sanidade da criação. “A carne com selo dos órgãos responsáveis é absolutamente saudável e o sistema de produção se aperfeiçoou muito no Brasil nas últimas décadas”, garantiu a engenheira de alimentos. Outro tema de destaque foi a “Inspeção de Carnes no Brasil, Exigências para Exportação e Importação”. A médica veterinária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Dra. Elenita Ruttscheidt Albuquerque, pontuou os cuidados que devem ser tomados e falou sobre o controle total que os órgãos fiscalizadores estaduais e federais têm sobre o uso de Ractopamina, um pó amarelo promotor de crescimento animal, não aceito por compradores russos e por alguns outros países exportadores de carne suína brasileira.