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Comércio

Exportação de soja do Brasil despencará em junho após embarques recordes

Com a menor oferta para exportação e boa demanda dos compradores, os prêmios oferecidos pelo grão brasileiro nos portos estão em níveis mais elevados

Exportação de soja do Brasil despencará em junho após embarques recordes

Os embarques de soja do Brasil em junho deverão sofrer queda acentuada na comparação com o mesmo mês de 2015, após exportações recordes em abril e maio, aponta a programação de navios nos portos brasileiros para o próximo mês. Com a menor oferta para exportação e boa demanda dos compradores, os prêmios oferecidos pelo grão brasileiro nos portos estão em níveis mais elevados.

A previsão é de embarques de cerca de 5 milhões de toneladas do grão em junho, queda de 20 por cento ante a escala de navios no fim de maio de 2015, o que deverá ter impacto na balança comercial brasileira, uma vez que a soja é o principal produto de exportação do Brasil. “A gente exportou muito em março e abril. Então isso já começa a dar sinal de desaceleração”, disse um analista de mercado de uma trading internacional, na condição de anonimato.

Os carregamentos de soja nos quatro primeiros meses do ano somaram 23,6 milhões de toneladas, alta de 37 por cento ante o mesmo período do passado, segundo dados da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). Só em abril foram 10,3 milhões de toneladas, um volume nunca antes registrado. Dados preliminares da alfândega brasileira mostraram na semana passada que o ritmo de embarques de maio seguiu um ritmo muito semelhante ao de abril. Isso deve deixar para o restante do ano (junho a dezembro) um saldo exportável de pouco mais de 20 milhões de toneladas, segundo projeção da indústria de 55,3 milhões de toneladas para o ano completo de 2016.

Mas a movimentação deverá começar a retroceder nas próximas semanas, segundo dados da agência marítima Williams compilados pela Reuters. “Não têm vindo nomeações. O que movimentou-se em maio foram navios que estavam esperando desde abril”, destacou o diretor da agência marítima AMRG, Fábio Pinho, especialista em granéis no porto de Rio Grande (RS).

A fila de navios para junho no porto gaúcho está 44 por cento menor do que no mesmo período do ano passado, mostram os dados da Williams.