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Projeção

IBGE prevê alta de 1,6% na safra de grãos de 2019

O arroz, o milho e a soja representam 93,1% da estimativa da produção e respondem por 87,2% da área a ser colhida

IBGE prevê alta de 1,6% na safra de grãos de 2019

A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2019 foi estimada em 230,1 milhões de toneladas, 1,6% acima da safra de 2018 (mais 3,6 milhões de toneladas) e 0,6% superior ao obtido na 2ª estimativa (mais 1,3 milhão de toneladas). Já a área a ser colhida é de 62,3 milhões de hectares, 2,3% maior que a de 2018 (mais 1,4 milhão de ha) e 0,6% maior que a 2ª estimativa (mais 399,4 mil ha). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (11), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O arroz, o milho e a soja representam 93,1% da estimativa da produção e respondem por 87,2% da área a ser colhida. Em relação a 2018, houve aumento de 4,8% na área do milho, 2,0% na área da soja e queda de 10,0% na área de arroz. Já na produção, ocorreram quedas de 4,5% para a soja, de 10,6% para o arroz e acréscimo de 11,9% para o milho. Mato Grosso é o maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 27,0%, seguido pelo Paraná (15,9%) e Rio Grande do Sul (14,7%). Somados, esses três estados representaram 57,6% do total nacional.

A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição regional: Centro-Oeste (103,4 milhões de toneladas); Sul (77,0 milhões de toneladas); Sudeste (21,9 milhões de toneladas); Nordeste (18,9 milhões de toneladas) e Norte (8,9 milhões de toneladas). Em relação a 2018, ocorreram aumentos de 2,4% na Região Centro-Oeste e de 3,3% na Região Sul. Houve quedas de 4,4% na Região Sudeste e 1,2% na Região Nordeste. Na Região Norte não houve variação.

Destaques

Em março, destacaram-se as seguintes variações percentuais: algodão herbáceo (12,2%), feijão 1ª safra (8,7%), feijão 2ª safra (7,2%), milho 2ª safra (3,4%), cana-de-açúcar (1,8%), mandioca (1,6%), café arábica (1,3%), Café canephora (0,0%), soja (-0,8%), milho 1ª safra (-1,7%), tomate (-4,6%), sorgo (-7,9%) e feijão 3ª safra (-13,3%%).

Em números absolutos, os destaques ficaram com a cana-de-açúcar (11.855.427 t), o milho 2ª safra (2.124.491 t), o algodão herbáceo (677.418 t), a mandioca (315.629 t), feijão 1ª safra (109.183 t), o feijão 2ª safra (85.172 t), o café arábica (29.824 t), o café canephora (11 t),  o feijão 3ª safra (-66.743 t), o sorgo (-182.231 t), o tomate (-199.859 t), o  milho 1ª safra (-446.927 t) e a soja (-876.964 t).

Milho

Em relação à última informação, a estimativa da produção cresceu 1,9%, tendo totalizado 91,0 milhões de toneladas. Ao todo, foram acrescidos 1,7 milhão de toneladas. Em relação ao ano anterior, a estimativa da produção encontra-se 11,9% maior. Na 1ª safra de milho, a estimativa da produção alcançou 25,7 milhões de toneladas, decréscimo de 1,7% em relação à última informação. Os declínios mais significativos foram informados por São Paulo (-16,2%), Minas Gerais (-2,8%), Mato Grosso do Sul (-15,6%), Bahia (-14,0%) e Goiás (-2,9%). Em contrapartida, o Rio Grande do Sul estimou uma produção 3,6% maior. A produção gaúcha deve alcançar 5,7 milhões de toneladas, o que representa 22,2% da produção nacional de milho primeira safra. Em relação ao ano anterior, a estimativa da produção foi 0,3% menor. Preços mais compensadores da soja, durante a época de plantio, influenciaram os produtores a ampliarem as áreas de plantio da leguminosa em detrimento do milho de verão.

Em decorrência do plantio antecipado da soja, aguarda-se um maior período para a “janela de plantio” do milho 2ª safra. Isto deve possibilitar um menor risco para o desenvolvimento das lavouras no campo, uma vez que será menor a probabilidade da ocorrência de períodos secos, durante o ciclo, o que deve repercutir positivamente no rendimento médio. A estimativa da produção (65,4 milhões de toneladas) cresceu 3,4% em relação à última estimativa e aumento de 17,5% em relação a 2018.

Os aumentos mais expressivos em volume de produção, em relação ao mês anterior, foram estimados para o Mato Grosso (5,4%), Paraná (1,8%), Piauí (139,7%), Minas Gerais (11,2%) e Mato Grosso do Sul (4,2%). Em contrapartida, São Paulo informou declínio de 11,9% na produção. Como os preços do milho encontram-se em patamares superiores aos do ano anterior, aguarda-se que os produtores aumentem os investimentos. Contudo, a ocorrência de chuvas, notadamente nas fases fenológicas mais importantes, torna-se fundamental para consolidação das atuais estimativas.

Soja

A estimativa da produção caiu 0,8% em relação ao mês anterior, pelo desdobramento do clima seco e quente em importantes estados produtores. Foram afetadas importantes áreas produtoras do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Em São Paulo, a estimativa da produção foi reduzida em 6,4%, devendo alcançar 3,2 milhões de toneladas. O Mato Grosso do Sul informou uma produção 7,6% menor. Quanto ao Paraná, a produção foi reduzida em 1,3%, devido ao veranico e às altas temperaturas em novembro e dezembro. A colheita da leguminosa está em andamento e, apenas no final haverá certeza quanto à extensão das perdas, que só não foram maiores devido ao retorno das chuvas. Nas áreas afetadas, houve adiantamento da colheita, dando mais segurança para a “janela de plantio” das culturas de segunda safra, como o milho e o feijão.

Sorgo

A estimativa alcançou 2,1 milhões de toneladas, decréscimo de 7,9% em relação ao mês anterior. Em Minas Gerais, segundo produtor nacional, responsável por 28,4% da produção nacional, a estimativa da produção caiu 14,7%. Em contrapartida, a produção goiana, que representa 47,6% do total nacional, cresceu 6,1%. Outros estados que alteraram suas estimativas de produção foram Mato Grosso (-6,4%), Rio Grande do Sul (-6,6%), São Paulo (16,1%), Bahia (29,9%), Maranhão (-74,8%), e Pará (-9,2%). Em relação ao ano anterior a produção nacional do sorgo deverá diminuir 5,4%. Como em alguns estados a colheita da soja foi antecipada, aumentando a “janela de plantio” para o milho 2ª safra, os produtores deram preferência ao plantio desse cereal, em detrimento do sorgo, já que este último apresenta menor liquidez e preço. Cultura cultivada em época de segunda safra nas áreas de Cerrado, o sorgo é mais tolerante ao clima seco que o milho.