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Saúde Animal

Imunidade passiva interfere nos programas vacinais das aves

Planejamento ajuda produtores e técnicos a superar desafios da avicultura moderna, garantindo eficiência e produtividade do negócio

Imunidade passiva interfere nos programas vacinais das aves

Quando se elabora um calendário de vacinação para aves, é necessário conhecer um pouco sobre os tipos de imunidade e também como estes atuam frente aos diferentes desafios. Este comportamento interfere diretamente na eficiência do programa vacinal. “Vale lembrar que os objetivos da vacinação podem variar de acordo com a aptidão e do ciclo de vida da ave”, alerta Eva Hunka, gerente de Produtos – Aves da Zoetis. 

Ela explica que a imunidade passiva é aquela adquirida durante a passagem dos anticorpos maternos da galinha reprodutora para o pintinho durante o seu desenvolvimento. É uma imunidade de curta duração, podendo variar de uma a três semanas, de acordo com a quantidade de anticorpos transmitida ou, ainda, pela característica da enfermidade em questão, já que a capacidade de transmissão de anticorpos não é igual. No caso da vacinação de reprodutoras, o programa vacinal é desenhado para elevar a quantidade e a qualidade destes anticorpos.

A imunidade passiva pode interferir no desenvolvimento da imunidade ativa, já que é preciso vacinar as aves jovens levando em consideração os diferentes fatores para determinar o melhor momento da aplicação: quantidade e velocidade de queda dos níveis de anticorpos, uniformidade do lote, desafio de campo, via de administração e tipo de vacina. Este tipo de proteção é muito importante nas enfermidades de Gumboro, NewCastle, Reovirus e Anemia Infecciosa.

“Vacinas de imuno-complexo se adaptam à cinética dos anticorpos maternos e atuam de maneira diferenciada em cada indivíduo, diminuindo assim a janela de vulnerabilidade imunológica”, afirma Eva.

Quando ocorre um desafio de campo ou mesmo quando o animal recebe uma vacina, inicia-se a imunidade ativa. Ela promove o desenvolvimento não só de anticorpos, como também da imunidade celular, que irá proteger as aves contra as enfermidades.

Resposta imunológica

As vacinas, compostas por microrganismos vivos ou inativados, estimulam uma resposta específica nas aves. Estes agentes possuem proteínas conhecidas como antígenos, que são reconhecidas pelo animal como substâncias estranhas.

“De uma forma simplista, é neste momento que se inicia a resposta imune, onde os macrófagos trabalham para eliminar o agente do corpo de animal. Estes enviam sinais para que os linfócitos (B e T) se multipliquem e produzam uma resposta específica. Esta resposta é conduzida pelas linfocinas (interleucinas e interferons). No final acontece a produção de anticorpos específicos e a indução da imunidade celular contra este antígeno”, explica.

As células de memória têm a capacidade de reconhecer os antígenos e apresentar uma resposta rápida e amplificada, caso a ave seja exposta novamente ao agente.

Para algumas enfermidades, a combinação de vacinas vivas e inativadas promove um aumento geral no nível de anticorpos. Para outras, o uso de vacinas vivas, que estimulam a produção da imunidade celular e também da imunidade local, são mais eficientes.

“Para estabelecer um programa vacinal adequado, devemos determinar as datas de vacinação e os produtos que serão utilizados, pois são fatores determinantes para o sucesso no desempenho dos lotes”, finaliza Eva.