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Sanidade

Influenza Aviária e seus perigos para a cadeia avícola

O assunto foi apresentado aos avicultores cooperados no Qualificaves, durante a V Semana Tecnológica do Agronegócio, pelo médico veterinário Dr. Paulo César Martins

Influenza Aviária e seus perigos para a cadeia avícola

Releases EmpresasO mercado capixaba de ovos e frango é forte e muito promissor. O Estado representou 10% de toda a produção de ovos no Brasil em 2015, e o país ainda pode expandir seu mercado para fora, já que exporta apenas 1% da produção brasileira.

Mas para que esse mercado não pare de crescer e expanda suas fronteiras, alguns cuidados para evitar doenças são necessários e uma das que mais preocupa a cadeia avícola é a influenza aviária. Popularmente conhecida como gripe aviária, a doença vem causando ao longo dos anos pandemias mundiais.

O assunto foi apresentado aos avicultores cooperados no Qualificaves, durante a V Semana Tecnológica do Agronegócio, pelo médico veterinário Dr. Paulo César Martins, diretor técnico da Biocamp Laboratórios e que por 40 anos trabalhou com manejo e patologia de aves no Brasil e América Latina. 

Especialista no assunto, Martins explicou que a origem da doença vem das aves selvagens migratórias, que são consideradas reservatórios do vírus na natureza, e o Brasil recebe essas aves anualmente, por isso, há a preocupação real.

“Já houve surtos na Ásia, Europa e bem perto de nós, aqui no Chile. A Influenza Aviária é hoje um temor dos avicultores, e como é uma doença silenciosa, o ideal é sempre fazer exames quando o lote de aves vai para o abate. Só assim o produtor saberá se sua granja segue segura”, disse.

Laboratórios patológicos de aves

No Brasil há pouquíssimos laboratórios especializados e os produtores de Santa Maria de Jetibá não têm acesso fácil a exames que identificam a influenza.

“Para se ter uma noção, a maioria dos lotes de abate nos Estados Unidos faz exames patológicos. Em 2015, o país realizou dois milhões de exames, enquanto no Brasil foram feitos apenas 13 mil. Isso é preocupante, pois o vírus pode estar se desenvolvendo e a gente não sabe”, explicou Martins.

O alerta de Paulo César Martins teve como objetivo sugerir que os avicultores comecem a analisar a importância de o Espírito Santo possuir um laboratório credenciado para análises desse tipo, visto que Santa Maria de Jetibá é a segunda maior produtora de ovos do Brasil.

Economia

Martins apresentou um cálculo caso o Brasil sofra uma pandemia de gripe aviária. Levando em consideração o último PIB, com um lapso na avicultura, o PIB cairia 0,33%.

“Isso levando em consideração apenas ovos e frangos. Mas sabemos que as exportações de carne e grãos ficariam prejudicadas no mercado internacional. Com isso, o desemprego subiria bruscamente, e assim por diante, numa cadeia de prejuízos incalculáveis”, disse Martins e revelou uma estatística curiosa: “A cadeia da avicultura emprega 3 milhões de pessoas no Brasil. A automobilística emprega 600 mil pessoas”.

Os números no mundo são assustadores. Em 2007, após alguns surtos de Influenza Aviária, o Vietnã teve uma perda em sua economia de 6,8 bilhões de dólares, já o Japão perdeu 742 milhões de dólares. O Vietnã sofreu muito mais, porque não possui a um plano de contingência estruturado como o Japão.