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Microgrid em granjas

Itaipu e Copel desenvolvem projeto inédito no oeste do Paraná

As microgrids (ou microrredes) são pequenas redes de produção e distribuição de energia

Itaipu e Copel desenvolvem projeto inédito no oeste do Paraná

Foto aérea da Granja São Pedro.

A Granja São Pedro, localizada em São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Paraná, já entrou para a história do desenvolvimento de novas fontes de energia no País há cerca de dez anos, como pioneira na produção de eletricidade a partir do biogás gerado com resíduos da criação de suínos. Agora, ela volta a figurar na vanguarda das energias renováveis, com a implantação de uma microgrid integrada à rede de distribuição da Copel.

As microgrids (ou microrredes), como o próprio nome sugere, são pequenas redes de produção e distribuição de energia, compostas por cargas, geradores, dispositivos de armazenamento (baterias) e outros elementos, que podem ser operadas de forma isolada ou integradas ao sistema de distribuição local.

Conforme explica o superintendente de Energias Renováveis da Itaipu, Paulo Afonso Schmidt, as microgrids constituem um dos campos mais promissores no desenvolvimento tecnológico nos próximos anos, por sua importância estratégica e por viabilizar o aproveitamento de diferentes fontes renováveis (como biogás, solar e eólica), como alternativas para garantir segurança energética associada ao do conceito de geração distribuída ou descentralizada (a produção energética realizada junto às unidades consumidoras).

No Oeste do Paraná, por exemplo, a adoção de microrredes pode se converter em uma importante ferramenta para consolidar a região como principal polo de produção de proteína animal no País. Segundo diagnóstico contratado pelo Programa Oeste em Desenvolvimento (POD) junto ao CIBiogás e patrocinado pela Itaipu, estima-se um crescimento de quase 90% no consumo da energia elétrica da região na próxima década.

“Na área rural, as microrredes contribuem para a segurança energética e melhoram a competitividade das propriedades rurais, reduzindo custos com energia, um dos principais insumos para a produção agropecuária e, principalmente, garantindo segurança energetica”, afirmou Schmidt.

E a Granja São Pedro, de propriedade da família Colombari, comprova isso. Ali, a microrrede constitui a primeira fase de um projeto em parceria entre a Itaipu e a Copel. A iniciativa lança mão da experiência da Copel Distribuição, eleita a melhor empresa nacional do segmento e pioneira na área da eletrificação rural, e da Itaipu, a maior produtora de energia do mundo a partir de uma fonte sustentável.

A granja foi escolhida pelo seu pioneirismo na utilização do biogás para a geração de energia, além de ser uma das unidades de demonstração apoiadas pelo CIBiogás e Parque Tecnológico Itaipu, instituições que detêm larga experiência na pesquisa e no desenvolvimento das renováveis na região.

Pedro Antônio Colombari explica que a participação no projeto vai trazer grandes benefícios para a propriedade, como a atualização de algumas partes do sistema de geração de energia, além da oportunidade de prestar um novo tipo de serviço, que é atender 15 unidades consumidoras (a maioria aviários), localizadas nas proximidades, em situações de interrupção no fornecimento da rede pública.

“Hoje, nas atividades pecuárias na região, a energia é um insumo essencial, tanto para o abastecimento de eletricidade como na climatização dos aviários. Os prejuízos com uma eventual falta de energia são grandes”, explicou.

De acordo com Schmidt, a viabilização do projeto se deve a novas tecnologias que vêm permitindo a adoção de sistemas inteligentes, que possibilitam integrar de forma eficiente as diferentes fontes renováveis em microgrids, além de conectar estas à rede de distribuição, permitindo aos produtores vender o excedente de energia à distribuidora, segundo o modelo vigente criado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Em uma próxima etapa, o projeto prevê uma unidade de maior porte (500 kW), em Marechal Cândido Rondon, com investimento previsto de 15 milhões de reais no prazo de 48 meses. A parceria também prevê, para o futuro, investimentos em laboratórios e pesquisas em microrredes, a implantação de unidades-piloto de geração de energia elétrica em diferentes escalas e a participação de municípios da região. A escolha desses municípios levou em conta a grande concentração de rebanhos (principalmente suínos) e a sua localização às margens do reservatório de Itaipu, reduzindo-se assim o potencial poluente dessas atividades.

“Como a principal atividade econômica do Oeste Paranaense se concentra na produção de proteína animal, a partir da criação de aves, suínos, peixes e laticínios, a região tem na oferta de energia elétrica, confiável e de qualidade, um dos insumos mais importantes ao seu desenvolvimento”, completou Schmidt.