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Mercado

Lideranças do agronegócio se mobilizam para proteger mercado catarinense

Santa Catarina está se mobilizando fortemente para minimizar os impactos da investigação Carne Fraca

Lideranças do agronegócio se mobilizam para proteger mercado catarinense

Um  frigorífico de suínos de Santa Catarina é citado nas investigações da Polícia Federal Primeiro maior produtor e exportador de carne suína do Brasil e segundo maior produtor e exportador de carne de frango do país, Santa Catarina está se mobilizando fortemente para minimizar os impactos da investigação Carne Fraca no estado que se destaca por seu status sanitário. Nesta segunda-feira (20/03), lideranças do agronegócio se reuniram junto ao Governo para traçar diretrizes para evitar reflexos negativos da operação que investiga, dentro do estado catarinense, o frigorífico Peccin Agro Industrial, em Jaguará do Sul.

O frigorífico de suínos é citado nas investigações da Polícia Federal por utilização de carne sem condições de consumo em salsicha e linguiça, utilização de CMS acima co permitido, uso de aditivos acima do limite ou aditivos proibidos, segundo informações divulgadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). As lideranças catarinenses ressaltaram que a única unidade em Santa Catarina interditada temporariamente dentro da operação é uma filial de uma empresa paranaense, localizada em Jaraguá do Sul, que produz basicamente linguiça frescal, salsicha e presunto, para abastecimento principalmente dos mercados do Paraná e de São Paulo.

Durante a reunião, o governador Raimundo Colombo destacou o compromisso do Governo do Estado com a qualidade do produto catarinense, ressaltando o rigoroso trabalho de fiscalização já realizado e a manutenção do status sanitário diferenciado que faz a produção estadual chegar a 150 países. De acordo com o governo, a reunião foi convocada para tentar evitar reflexos negativos da operação Carne Fraca, deflagrada nacionalmente pela Polícia Federal após identificação de irregularidades no setor.

“Vamos agir com total transparência para informar os governos dos países que importam nossos produtos sobre a situação diferenciada de Santa Catarina. Se algum país desejar qualquer informação complementar, estamos dispostos a enviar missões para estes países ou a receber seus representantes aqui, para mostrar o modelo de sucesso construído em nosso Estado ao longo das últimas décadas”, afirmou Colombo.

Santa Catarina é o maior produtor nacional de carne suína e o segundo maior de carne de frango, atendendo ao mercado brasileiro e ao exterior, com presença em mais de 150 países. O Estado também se destaca na defesa sanitária. Santa Catarina é hoje o único estado brasileiro livre de febre aftosa sem vacinação e, junto com o Rio Grande do Sul, faz parte de uma zona livre de peste suína clássica com certificados da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

Mercados

O status sanitário diferenciado dá acesso exclusivo aos mercados mais competitivos do mundo, como habilitação para exportar carne suína para Estados Unidos e Japão. Presente na reunião desta segunda, o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco Côrte, lembrou que toda produção catarinense exportada passa por nova inspeção ao chegar ao porto de destino, o que reforça o controle da qualidade do produto. O presidente da Associação Catarinense dos Avicultores, José Antônio Ribas Júnior, alertou também para potenciais impactos econômicos no preço das carnes, com pressão para redução dos valores de venda por parte dos mercados compradores.

Cerca de 300 empresas catarinenses relacionadas ao agronegócio são fiscalizadas constantemente por órgãos federais e cerca de 600, por equipes da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc). “Vamos unir forças e trabalhar de forma integrada para apresentar de forma transparente todas as informações sobre a qualidade destas empresas. Se alguém cometeu algum erro, com certeza deve ser punido. Mas este é um setor formado por empresas sérias e responsáveis, que têm credibilidade no mercado e que não colocariam em risco um patrimônio construído com tanto esforço por uma cadeia produtiva que é referência nacional”, acrescentou Colombo.