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Nova edição de Avicultura Industrial já está disponível no site

Está no ar a edição 1277 da revista Avicultura Industrial

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AI 1277 CapaO setor avícola tem alguns desafios importantes para superar até o final desse ano. O primeiro deles é o custo de produção, que tem se elevado. O fator por trás desse aumento não é a safra brasileira, que tende a ser uma das maiores de sua história. A questão está em nossos vizinhos argentinos. A quebra de safra local, tanto em soja quanto milho, 20 milhões e 10 milhões de toneladas a menos, respectivamente, fez o preço internacional desses grãos subir, passando a ser interessante a venda no mercado externo para os agricultores brasileiros.

O segundo desafio está nas exportações da carne de frango, que apresentaram quedas no acumulado desse ano. No último comparativo divulgado, referente o primeiro trimestre, a redução foi de 5,6% nos volumes embarcados. Os motivos se relacionam em parte à Operação Trapaça, que revelou um esquema de adulteração de laudos sanitários, prejudicando a imagem do frango brasileiro e levando a União Europeia a bloquear importações de 20 frigoríficos do país. Os volumes não são grandes, mas os europeus são tidos como referência a outros países importadores.

Impacto maior teve o embarco parcial imposto pela Arábia Saudita, que tem questionado o uso de gás para a insensibilização de aves no processo de abate halal. Mercado responsável por importações correspondentes a US$ 1 bilhão por ano de frango brasileiro, só no acumulado até abril o recuo registrado foi de 22%. Algo bem significativo.

Esses fatores têm impacto sobre a disponibilidade interna de carne de frango, derrubando o preço do produto e apertando a margem de rentabilidade da indústria. Embora nas últimas semanas de maio os preços do frango tenham reagido, a elevação do custo pode de alguma forma neutralizar essa melhoria ao longo do segundo semestre. O setor avícola tem de trabalhar observando de forma atenta as demandas do mercado, atuar reforçando os vínculos com todos os países importadores, sem perder nenhum já conquistado, e acompanhar os sinais de melhoria da economia brasileira, o que deve elevar o consumo interno de frango, absorvendo eventuais excedentes de exportação. Ficando, ainda, atento às oportunidades que possam surgir no cenário internacional.

Uma boa leitura!

Humberto Luis Marques