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Agropecuária

Produtos agropecuários sustentáveis devem ter preferência no mercado global

Ministro da Agricultura defendeu a posição durante reunião com ministros da Agricultura da Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai

Produtos agropecuários sustentáveis devem ter preferência no mercado global

O ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) sugeriu que os países do Conselho Agropecuário do Sul (CAS) se unam e cobrem preferência para seus produtos no mercado global de alimentos como recompensa por ações ambientais. A proposta foi feita pelo ministro nesta quinta-feira (03/11), em Assunção, durante a 32ª Reunião Ordinária do CAS, formado por Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai. Blairo disse também ser importante que produtores de outros países passem a ter maior responsabilidade com a preservação do planeta.

De acordo com o ministro, o Brasil superou em 5 milhões de hectares o compromisso que havia firmado de ter, em 2015, 6 milhões de hectares no programa Integração Lavoura-Pecuária-Floresta.  O programa promove a recuperação de áreas de pastagens degradadas agregando sistemas produtivos, como os de grãos, fibras, carne, leite e agroenergia.

Segundo o ministro, seus colegas do bloco devem ainda participar dos fóruns mundiais ambientais, a fim de que as políticas ambientais sejam decididas de forma conjunta, e não apenas por ministros de Meio Ambiente. “Quem deve reivindicar isso somos nós mesmos. Se não fizermos isso, ninguém nos oferecerá espaço para debate.”

Para o ministro, o mundo precisa reconhecer os esforços que países como o Brasil vem fazendo para garantir a preservação ambiental e criticou atividades que não têm avançado na preservação. “Não é justo que outros setores poluam e mandem a conta para a agricultura.” Ao mesmo tempo, ressaltou que a política ambiental brasileira é muito dura. “Já entregamos muitas coisas, mas não temos recebido compensação.”

 Blairo Maggi divulgou números sobre a ocupação da terra no Brasil, observando que 61% do território nacional está preservado. “Apenas 8% são usados para agricultura e outros 19% para a pecuária.” Isso mostra, assinalou, que a conta ambiental não pode continuar sendo cobrada somente dos agricultores, vistos sempre como vilões pelos ambientalistas.
 
A reunião foi aberta pelo presidente do CAS, o ministro da Agricultura do Uruguai, Tabare Aguirre. Além da questão ambiental, os participantes abordaram outros temas, como a agricultura, situação sanitária regional e segurança alimentar. O secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Mapa, Odilson Ribeiro e Silva, e o diretor do Departamento de Saúde Animal, Guilherme Marques, acompanharam Blairo no encontro.