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Relatório

RABOBANK: Mercado global é desafiado por volatilidade do comércio brasileiro

Relatório do banco indica que volatilidade está associada ao Brasil devido restrições do comércio global e um mercado interno enfraquecido

RABOBANK: Mercado global é desafiado por volatilidade do comércio brasileiro

De acordo com o relatório trimestral do Rabobank, o mercado global de aves está apresentando um desempenho relativamente bom no segundo semestre de 2018, mas está sendo desafiado principalmente da volatilidade no comércio associada ao Brasil.

O relatório cita como causas onde a indústria é fortemente afetada pelas restrições do comércio global, um mercado interno mais fraco, o impacto de uma grande greve de caminhoneiros no segundo trimestre de 2018 e o aumento dos preços dos alimentos domésticos, o que resultou em uma queda histórica de 20% nos volumes de exportação do Brasil no segundo trimestre de 2018, em comparação com o primeiro trimestre de 2018.

Como o Brasil é o maior exportador de frango do mundo, essa volatilidade do comércio tem um grande impacto no comércio global, especialmente porque cria oscilações na oferta e nos preços das exportações. Em média, os preços globais de aves no segundo trimestre caíram acentuadamente, especialmente para frango inteiro e as coxas – ambos de -5% a -10%

O mercado global de carne de peito também foi afetado, já que o comércio global depende quase totalmente das exportações para a UE. Os preços da carne de peito na UE e para os exportadores para a UE que ainda estão abertos às exportações têm aumentado, enquanto os preços para os exportadores brasileiros proibidos da UE têm aumentado.

Outros exportadores se beneficiaram dos problemas no Brasil. A Ucrânia continua a aumentar a sua posição de exportação e os volumes totais de exportação atingiram níveis 155.000 toneladas no primeiro semestre, com preços significativamente mais altos (+ 15%). Os exportadores latino-americanos, além do Brasil, também se beneficiaram, com exportações em rápido crescimento do Chile e, em menor medida, da Argentina, para a UE.

A Tailândia também se beneficiou do enfraquecimento da posição comercial brasileira e do aumento do volume exportado em 11% no primeiro semestre de 2018. No entanto, as empresas tailandesas não conseguiram obter melhores preços devido ao excesso de oferta local.

Para o banco, as perspectivas para o comércio global continuam desafiadoras. Como a indústria brasileira atualmente assume apenas uma redução de 1% a 2% na produção para o ano todo, o excesso de oferta no Brasil parece provável no segundo semestre de 2018. As exportações brasileiras precisarão apresentar melhorias significativas no segundo semestre para aliviar as preocupações de excesso de oferta.

Outro desafio indicado pelo relatório é a Influenza Aviária, visto que o inverno se aproxima no hemisfério norte e sempre significa novos desafios em termos de surtos, e vários já foram vistos na China, na Rússia e, recentemente, na Alemanha.

O banco também acredita que os surtos de Peste Suína Africana (PSA) na China poderiam afetar indiretamente os mercados globais de aves, devido à expectativa de liquidação de estoques no rebanho de suínos chineses no segundo semestre. Isso poderia levar ao aumento da oferta de carne suína no mercado, empurrando todos os preços da carne para baixo. A demanda por importações de carne de frango na China pode diminuir como resultado. No entanto, após essa reação inicial, em 2019, o impacto poderia reverter. Uma escassez de carne suína no mercado poderia elevar os preços, e se poderia esperar que as aves se beneficiassem de duas maneiras. A primeira é que os consumidores passarão da carne de porco para a de aves, elevando a demanda e os preços. A segunda é a provável necessidade de a China comprar mais carne suína dos mercados internacionais, o que teria um impacto positivo sobre os preços globais da carne suína – e indiretamente, sobre os preços das aves.