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Desemprenho

Receita do setor agropecuário terá queda

Faturamento será de R$ 541,45 bilhões. Desempenho é atribuído pela estimativa de queda da safra 2015/2016, prejudicada pelo clima

A redução na estimativa de colheita da safra 2015/2016, por conta dos problemas climáticos causados por estiagens ou excesso de chuvas, vai puxar para baixo o faturamento do setor agropecuário. O Valor Bruto da Produção (VBP), que mede a receita da atividade “da porteira para dentro” de 25 culturas, deve cair 1,04% neste ano, em relação a 2015, atingindo R$ 541,45 bilhões, segundo estimativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

O resultado será puxado pela retração no desempenho do segmento agrícola, que terá queda de 1,83% na comparação com o ano passado e chegará a R$ 339,7 bilhões. A soja, que representa a maior parte do VBP, 23,3%, terá recuo de 2,2% na receita (R$ 126,6 bilhões), por conta da redução dos preços médios da oleaginosa neste ano e a estimativa menor de produção. O faturamento da pecuária terá ligeiro aumento de 0,33% em relação a 2015, totalizando R$ 201,6 bilhões.

A CNA também estima queda de faturamento para outras culturas de grãos importantes, como algodão e arroz. O VBP do algodão deve cair 15,5%, pela queda na produtividade e de área plantada, principalmente no Norte e no Nordeste, em razão do déficit hídrico e das altas temperaturas nestas regiões. Para a receita do cereal, a projeção de recuo é de 12,5%, por menos área plantada e excesso de chuvas na região Sul, onde estão 90% da produção.

O milho, que tem participação de 9,6% no valor bruto da produção, terá incremento de 14,8% na receita e alcançará faturamento de R$ 52,4 bilhões, fato atribuído aos bons preços, que estão 40,6% superiores aos patamares do ano passado. A safra de verão do grão terá queda de área e produtividade, enquanto a segunda safra terá queda de produtividade, mas expansão de área plantada. Neste contexto, a colheita total deve ter queda de 18,3% em relação a 2015.

Na pecuária, apenas os setores de frango e ovos devem aumentar o faturamento, em 3,5% e 4,6%, respectivamente, por conta da alta da produção. Para a carne bovina, que responde por 18,8% do VBP, a receita ficará estável em R$ 101,8 bilhões, recuo de 0,1% na comparação com 2015. As maiores projeções de queda são para os suínos (4,2%). Para o leite, a redução no VBP será de 1,2% por causa de uma produção menor.