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Cooperativas

<p>Coamo antecipa sobras e teme 2006.</p>

Da Redação 09/12/2005 – Apesar da queda prevista para o faturamento este ano por conta da crise no setor agrícola, a Coamo Agroindustrial Cooperativa anunciou ontem que vai distribuir R$ 15,5 milhões como antecipação das sobras do exercício de 2005, a partir do dia 13. No ano de 2004, o valor antecipado pela cooperativa foi superior: R$ 22,5 milhões.

O valor menor se explica porque a queda no faturamento, estimada em 25% sobre os R$ 3,9 bilhões de 2004, levará a uma redução nas sobras líquidas. Em 2004, a Coamo teve sobras líquidas de R$ 252,3 milhões e distribuiu, no total, R$ 83 milhões aos cooperados.

O diretor-presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini, evitou estimar o valor das sobras, já que o balanço ainda não foi fechado, mas admitiu que elas devem ter um recuo de 25% a 30% ante 2004.

Gallassini destacou que a antecipação das sobras funciona como “um décimo-terceiro dos agricultores”, algo que ganha importância principalmente num ano de crise no setor agrícola. “Em 2005, todo o setor sofreu por causa da seca, da queda de quase 50% da soja na bolsa de Chicago e da desvalorização do dólar”, argumentou.

E se o quadro atual se mantiver, alertou, o produtor pode ter mais um ano de perda de renda em 2006. “Plantamos [a safra] com um dólar de R$ 2,45 e agora está em R$ 2,20”. Isso significa que o produtor comprou insumos com dólar mais alto e pode ter de vender os grãos com um câmbio mais baixo.

Além do dólar baixo, o presidente da Coamo acrescentou que o fato de os estoques mundiais de grãos estarem em níveis elevados também aponta para outro ano difícil. “As perspectivas não são boas”, afirmou. Gallassini defendeu uma mudança na política cambial e um dólar entre R$ 2,80 e R$ 3,00 para que o produtor consiga recuperar a renda após dois anos de seca e de aumento das dívidas.

Mesmo com a crise de 2005, afirmou Gallassini, a área de plantio de soja deve crescer na região da Coamo, enquanto cairá no Paraná e no país. O plantio na região de atuação da cooperativa sairá de 1,315 milhão de hectares para 1,380 milhão. Já a área de milho deve subir 11%, para 275 mil hectares. No país, o crescimento deve ser de 4,9%.

Um dos fatores que permitiu esse aumento de área de grãos foi a prorrogação por dois anos do financiamento de insumos para os produtores, com recursos do FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador. Foram prorrogados R$ 87 milhões, segundo Aroldo Gallassini.

Os R$ 15,5 milhões antecipados serão rateados na proporção da movimentação de cada um dos 19,5 mil cooperados da Coamo durante este ano na entrega da produção (soja, milho e trigo) e na aquisição de insumos nas unidades do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. O valor representa parte das sobras líquidas que serão apresentadas aos cooperados em assembléia geral no primeiro trimestre do ano que vem .