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Tecnologia

<p>Carne suína ''''made in Brasil'''' tem a melhor qualidade e baixo custo de produção.</p>

Redação SI (02/10/07) – O salto tecnológico da suinocultura brasileira nas últimas décadas pode ser traduzido em exportações e na qualidade da carne com níveis mínimos de gordura e excelente qualidade de proteína magra. O Brasil hoje detém tecnologia para produzir a melhor carne suína com o melhor custo de produção, graças aos avanços da pesquisa de veterinários especialistas em suínos.

A carne mais consumida no mundo e o processo produtivo vão ser tema do 13º Congresso Brasileiro de Veterinários Especialistas em Suínos – ABRAVES 2007, que será realizado de 16 a 19 de outubro no Centro de Convenções em Florianópolis, SC. Evento  vai discutir desafios e soluções para o setor produtivo de carne suína com foco no mercado globalizado. Segundo a comissão organizadora  já  são mais de 800 pré-inscritos e a   13º edição deve reunir veterinários especialistas em suínos de todo o país além de produtores,empresários, técnicos, estudantes e cerca de 30 palestrantes de diversos países. 

“As palestras e exposições em posters ou orais, para todo um elenco de profissionais envolvidos com o exercício técnico da suinocultura, contribuem para um suporte aos sistemas de produção nacionais. Essas contribuições técnicas são principalmente no campo da sanidade suína, biossegurança, nutrição, reprodução, genética, instalações e manejo, manejo de efluentes, manejo pré-abate, entre outros” afirma Paulo Roberto Souza da Silveira, Presidente do 13º Congresso da ABRAVES.

Para ter uma idéia da evolução tecnológica basta observar que em 1970 o plantel era de 31,5 milhões de cabeças e a produção havia sido de 705 mil toneladas. Em 2005, com 32,9 milhões de cabeças, a produção aumentou para 2,707 milhões de toneladas. Portanto, em 35 anos o crescimento do plantel foi de apenas 4,4% enquanto a produção aumentou 283%. Estes números exemplificam claramente a evolução tecnológica do setor nesse período, graças a um forte trabalho dos técnicos e criadores nas áreas de genética, nutrição e manejo.

Mas o melhor exemplo dos avanços da tecnologia à serviço da saúde humana é que na metade do século 20, o suíno apresentava 40% a 45% de carne magra na carcaça e espessuras de toucinho de 5 a 6 cm. Hoje  além da maior quantidade de carne magra, a espessura de toucinho não ultrapassa 1 cm. O suíno light, por exemplo tem 31% menos gordura do que outras linhagens, 14% menos calorias e taxa de colesterol 10% menor do que há 30 anos, afirmam estudos científicos publicados em revistas médicas.

“Eventos como o Congresso Nacional da ABRAVES cumprem o papel de difundir, debater e aprimorar conhecimentos decisivos para o progresso da suinocultura nacional. Em todas as edições anteriores, o congresso teve como principal finalidade divulgar as novidades científicas e tecnológicas produzidas para a cadeia de produção de suínos brasileira, num contexto de melhoria de produtividade, qualidade de produto e de insumos, conquista de mercado externo, biosseguridade, segurança alimentar e sustentabilidade ambiental, econômica e social” destaca Paulo  da Silveira, Presidente do 13º Congresso da ABRAVES.

Proteína magra e de qualidade

A crescente preocupação com a saúde e bem-estar na última década impulsionou a indústria e grupos pesquisadores a investir em suínos com menor teor de gordura, colesterol e calorias. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com cooperativas, foi pioneira em 1996 ao lançar no mercado o macho suíno Embrapa MS58 (mínimo de 58% de carne magra na carcaça), obtido por meio do melhoramento genético e cruzamentos entre diferentes raças.

Tendo em vista o grande sucesso comercial, as parceiras decidiram avançar seu programa e desenvolveram o macho Embrapa MS60 (mínimo de 60% de carne

magra na carcaça). O novo animal foi lançado oficialmente ao mercado em agosto de 2000. Em 2004, o suíno light foi responsável por 8% de todos os suínos abatidos no país com inspeção federal: cerca de 1,78 milhão de cabeças.

Paulo Silveira,pesquisador da Embrapa e presidente do Congresso afirma que “Os estudos desenvolvidos com suínos no Brasil, aliados aos conhecimentos e melhorias de processos e práticas de produção gerados mundialmente, sempre representaram um acervo significativo de tecnologias e informações que tem sido pronta e adequadamente difundidas em nossos congressos”.

No artigo “A IMPORTÂNCIA DA CARNE SUÍNA NA NUTRIÇÃO HUMANA” , Daniel Magnoni, Mestre pela UNIFESP – Escola Paulista de Medicina e responsável pela área de nutrição do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, Hospital Coração e Hospital Bandeirantes e Isabella Pimentel,  Nutricionista Clínica do Hospital do Coração ,  afirmaram que “A carne suína, especialmente o lombo suíno, apresenta benefícios indiscutíveis à saúde humana e deve ser mais uma opção nutrionalmente adequada no cardápio do brasileiro. Em saúde e nutrição, é necessário compreender que bom senso e variedade são necessários”.

Crescimento de até 20% nas próximas décadas

Dados mundiais mostram que o Brasil tem tudo para ocupar um posto mais avançado na produção de carnes no mercado internacional. Segundo as  perspectivas da FAO – Organização das Nações  Unidas para Agricultura e alimentação , de 2000 a 2030, o mundo terá que aumentar a produção per capita de carne em 20 %. O maior crescimento ficará com a carne de aves (40,4%) e o menor com a carne bovina  (12,7%).

O Peixe, que hoje é a proteína animal mais consumida no mundo, deverá aumentar a produção em quase 19%, enquanto que a carne suína, deverá crescer 20% .

Hoje a  carne suína é a carne mais consumida no mundo na atualidade (15,9 kg por pessoa), quando comparada com a de aves (12,6 kg) e a de bovinos (9,4 kg). Essa concentração de  consumo acontece principalmente na  Europa e América do Norte. ( Brasil : cerca de 12,5Kg).

A  boa notícia é que as regiões de menor consumo e menor poder aquisitivo, África, América Latina e Ásia, com grande concentração populacional, são um excelente mercado no futuro, representando uma expectativa positiva para o mercado de suínos.

Mas estudos apontam que  para atingir esses mercados, os paises exportadores terão que produzir uma carne com baixo custo, justamente o melhor diferencial para a produção brasileira que já tem excelente qualidade sanitária.

Especialistas prevêem que países com alto custo de produção não serão competitivos nestes mercados.  A Europa, por exemplo, que produz um quilo de suíno vivo por 1,50 a 1,70 dólares, terá muita dificuldade de poder atender a esse crescimento da população  segundo análise de especialistas.

Vantagem para o Brasil, que é um país competitivo para atender estes mercados, pois produz por um dos menores custos do mundo. As previsões são de que a  produção animal crescerá em países com clima favorável e com terras disponíveis, bons recursos humanos e tecnologia de produção, que produzam com qualidade e segurança alimentar, que respeitem o meio ambiente e produzam com preços competitivos. 

Números da suinocultura

A suinocultura tem crescido nos últimos 10 anos numa proporção de 2,78% ao ano. Este crescimento, porém, foi muito mais acentuado nos paises em desenvolvimento, com a média de 4,45% de aumento ao ano, contra o aumento de apenas 0,83% ano nos paises desenvolvidos.

Os quatro maiores produtores mundiais são a China, com 50 milhões de toneladas, a União Européia (com 25 países atuais), com 21 milhões, os EUA próximo a 10 milhões e o Brasil com 2,7 milhões de toneladas . Esses 4 maiores produtores mundiais de carne suína detêm juntos cerca de 80 % da produção mundial.

Quarto maior produtor mundial de carne suína, em 2006, a produção brasileira de carne suína chegou a  2,83 milhões de T, com um abate próximo a 36 milhões de cabeças.

O Brasil tem atualmente um plantel de 32,9 milhões de cabeças e estima-se que 700 mil pessoas dependam diretamente da cadeia produtiva da suinocultura brasileira. O valor da cadeia produtiva da suinocultura é estimado em U$ 1,8 bilhões.

Segundo a ABIPECS em 2006, o rebanho brasileiro chegou a 2,427 milhões de matrizes, sendo que são consideradas tecnificadas 1,513 milhões. É uma suinocultura que caminha fortemente para o sistema de integração: hoje, 70% dos suínos produzidos são sob a forma integrada e 30% sob a forma de produtores independentes.

A região Sul detém 57,5% da produção do país. É a região onde predomina o sistema de integração e o forte parque industrial das Agroindústrias.

A região Sudoeste, onde predomina o suinocultor Independente, tem uma participação de 17,6% e a região Centro Oeste, continuando sua expansão, tem uma participação de 14,5% na produção nacional.

Hoje cerca de 65 % da carne suína consumida no Brasil é sob a forma industrializada e apenas 35% sob a forma “in natura”. Como 65% da carne suína é comercializada sob a forma de embutidos, que custam mais caro que a carne “in natura” e são consumidos por pessoas de melhores salários, a queda no poder aquisitivo afeta diretamente o seu consumo.

Inscrições

Para participar do 13º Congresso da Abraves as inscrições podem ser feitas previamente ou na hora, no local do evento. Estudantes pagarão R$ 300,00, sócios da Abraves R$ 560,00 e profissionais em geral R$ 600,00. No caso de empresas ou autônomos que pretendem formar grupos, as incrições ainda poderão ser negociadas junto à agência oficial do evento, a Praxis Feiras e Congressos, no telefone (48)-3028-5154. Toda a estrutura para a 13ª edição do Congresso da Abraves já está concluída. Os anais terão mais de 200 trabalhos científicos, além do texto completo das 27 palestras que serão apresentadas durante o evento.

Mais informações no site www.abraves.com.br/congresso
 
Congresso ABRAVES – Associação Brasileira de Veterinários Especialistas em Suínos

De 16 a 19 de outubro

Centrosul -Centro de Convenções de Florianópolis – SC