Um dos maiores desafios da avicultura de corte moderna é a garantia de bem-estar animal. A oferta de água em quantidade e qualidade adequada é uma condição básica. Em levantamentos recentes, constata-se a crescente contaminação das fontes de água, bem como a escassez em épocas de reduzida pluviosidade, implicando em comprometimento do desempenho de frangos de corte e da viabilidade de granjas avícolas. A temperatura inadequada e os problemas de qualidade microbiológica e química da água de dessedentação são fatores limitantes para o desempenho zootécnico e adequado bem-estar animal nos diferentes sistemas de produção de frangos de corte no Brasil. Existem poucas granjas com abastecimento prioritário por água captada da chuva, predominando os sistemas dependentes das fontes superficiais ou de poços profundos.
A elevada dependência de abastecimento de águas superficiais, a concentração da produção em áreas com baixa capacidade de retenção (relevo acidentado) e a competição com outros segmentos econômicos, são fatores que preocupam os produtores. A contaminação crescente das fontes de abastecimento vem induzindo os produtores avícolas a utilizar cloro em quantidades maiores do que as recomendadas, criando uma nova preocupação, pois o cloro livre na presença de matéria orgânica leva à formação de trialometanos que são substâncias carcinogênicas (Perdomo et al., 2003). As frequentes estiagens na região Sul do Brasil, que afetam as atividades agropecuárias, aliadas às questões de preservação ambiental, levam à necessidade de avaliar alternativas de uso racional dos recursos hídricos, como a utilização da água da chuva.
Consumo de água pela avicultura
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Na avicultura, além de nutriente essencial, a água é utilizada na higiene das instalações e equipamentos, na melhoria das condições climáticas dentro das instalações, como veículo de vacinas, medicamentos e nutrientes, devendo para isto possuir constituição física, química e microbiológica adequadas. Portanto, no planejamento da atividade avícola, deve-se ter ciência da importância do recurso para a atividade e os cuidados quanto ao seu gerenciamento, para que este não se torne limitante quantitativo e qualitativo, e motivo de conflitos com a comunidade.
Na produção de frangos de corte, temos uma ingestão de cerca de 11,8 L por frango até o abate. Soma-se ainda a água necessária para a nebulização dos frangos nos períodos de calor e a água utilizada para a lavagem periódica das instalações e dos equipamentos. Há a urgente necessidade de melhorar a gestão da água e da melhoria da eficiência nos sistemas de produção, dado o elevado consumo de água na agricultura irrigada, para atender às necessidades do meio urbano, da produção industrial e das exigências ambientais, que são cada vez maiores, bem como da grande necessidade de água na produção animal confinada, especialmente de suínos e aves.
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