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Tecnologia

Alemanha lança protótipo para sexagem "in ovo"

O ministro da Agricultura da Alemanha, Christian Schmidt, deve divulgar nesta sexta-feira (20), durante a Semana Verde de Berlim

Alemanha lança protótipo para sexagem "in ovo"

O ministro da Agricultura da Alemanha, Christian Schmidt, deve divulgar nesta sexta-feira (20),  durante a Semana Verde de Berlim, o protótipo que usa um processo “in-ovo” para determinar o sexo, desenvolvida como parte de um programa de pesquisa financiado pelo Ministério da Agricultura e desenvolvido pela Universidade de Leipzig.

Pesquisadores conseguiram estabelecer um método para determinar o gênero de ovos fertilizados apenas 72 horas depois de o processo de incubação começar. O método é “alternativa econômica, prática e apropriada”, afirma Schmidt.

Com esse propósito, ele espera que o processo não seja apenas limitado à Alemanha, acredita Schmidt. “Já houve consultas de outros países”, disse o ministro. O novo maquinário vai permitir que as granjas determinem o gênero do ovo apenas três dias após o início do processo de incubação. Os ovos então serão selecionados automaticamente pelas máquinas.

Dispersão de luz

O método envolve o uso de um laser perfurador que abre um pequeno buraco na casca do ovo, iluminando o seu interior. Pesquisadores descobriram que poderiam determinar o gênero analisando a forma que as células sanguíneas dispersam a luz, tudo isso com o uso de Espectroscopia Raman, uma técnica fotônica de alta resolução que pode proporcionar, em poucos segundos, informação química e estrutural de compostos orgânicos.

O buraco na casca é então fechado novamente, e os embriões femininos podem ser normalmente incubados. Já os “ovos machos”, por sua vez, podem ser usados em outros processos industriais, como rações animais.

Uma vantagem do uso de lasers e luz é que processo não envolve contato, e portanto não necessita de desinfecção e peças de reposição. Mas ao desenvolver o processo, os pesquisadores se defrontaram com vários desafios, como reduzir o tempo necessário para conduzir os testes.

Outro problema foi a necessidade de abrir um buraco considerável nos ovos, o que aumenta a quantidade de germes que podem entrar no ovo durante o processo de incubação. Esse é um ponto que a ZDG, associação que representa a indústria aviária alemã, vê a necessidade de mais pesquisas.

A ZDG já elogiou previamente a Alemanha pela sua liderança nos esforços pela busca de uma solução mais humana, mas também pediu por um esforço comum europeu. A associação disse que uma “ação unilateral em nível nacional pode provocar o envio da produção aviária para o exterior”. O procedimento só vai acrescentar alguns poucos centavos na produção de cada ovo.

De fato, a tecnologia pode até oferecer vantagens econômicas, já que os ovos masculinos podem ser selecionados antes dos 21 dias necessários para a incubação.

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