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Cooperativa

Após crescer 55%, Lar investe para ampliar produção

Grupo faturou mais de R$ 10 bilhões em 2020 e deve erguer novo complexo de R$ 350 milhões

Após crescer 55%, Lar investe para ampliar produção

Impulsionada pelos bons resultados nos mercados de grãos e carnes, a Lar Cooperativa Agroindustrial, de Medianeira (PR), encerrou 2020 com faturamento de R$ 10,8 bilhões, 55,14% superior ao do ano anterior, e lucro líquido de R$ 717,8 milhões, três vezes maior que o de 2019 (R$ 230 milhões).

Irineo da Costa Rodrigues, diretor-presidente da Lar, destacou que o ano foi de recuperação, após a frustração de safra de 2018/19 no Paraná, que gerou perda de receita de R$ 550 milhões à cooperativa.

No ano passado, a safra 2019/20 rendeu entregas de 4,8 milhões de toneladas de grãos (2,4 milhões de soja e outras 2,4 milhões de milho, além de 36,8 mil toneladas de trigo), ou 54,8% a mais que as 3,1 milhões de toneladas do ciclo anterior. Na área de proteínas, o número de aves abatidas pela Lar saltou de 149,3 milhões, em 2019, para 180 milhões, enquanto o de suínos subiu de 645,4 mil para 769 mil – incrementos de 20,6% e 19,2%, respectivamente.

Rodrigues conta que a cooperativa tem crescido organicamente, com aumentos de processamento que acompanham o ritmo dos produtores, e mediante novos investimentos e aquisições.

De 2021 até 2024, a Lar planeja investir R$ 350 milhões em um complexo industrial em Medianeira, na saída para Foz de Iguaçu, na comunidade de Bom Jesus. No local haverá uma área dedicada ao recebimento e à secagem de milho e mais três plantas de ração, que levarão o número total de fábricas do gênero na cooperativa a dez.

As três novas plantas de ração serão voltadas à avicultura – uma para atender matrizes, outra para a engorda de frangos e uma terceira com foco na demanda por premix, ou seja, vitaminas e minerais adicionados à ração. A ideia é que essa unidade abasteça todas as dez fábricas da cooperativa paranaense.

Ficou para 2021 o início das operações da unidade industrial de abate de aves adquirida da Copagril em Marechal Cândido Rondon (PR), e da fábrica de rações, que também era da Copagril, em Entre Rios do Oeste (PR), que produz 45 mil toneladas do insumo por mês. As aquisições foram fechadas por R$ 410 milhões.

“O negócio foi estudado pelas diretorias das duas cooperativas por um ano e meio e chegamos à conclusão de que ele traria sinergias positivas”, disse Rodrigues. Dos 170 mil frangos abatidos por dia na unidade comprada, 90% devem continuar a ser entregues pelos membros da Copagril – em torno de 200 produtores. Dos 11,8 mil cooperados da Lar, cerca de 850 produzem frango.

Também no Paraná, a Lar investiu em 2020 em um novo complexo industrial ao fechar um contrato de arrendamento, com compromisso futuro de compra, com a Frango Granjeiro, de Rolândia. A previsão é que em quatro anos a Lar assuma o controle do complexo, avaliado em R$ 290 milhões. Na unidade, há um abatedouro (com capacidade para processar 175 mil aves por dia), uma fábrica de ração (de 19 mil toneladas por mês) e uma planta de recepção e beneficiamento de grãos (com capacidade para 16,8 mil toneladas).

Para aumentar sua capacidade produtiva em Mato Grosso do Sul, Estado em que tradicionalmente atua também, a Lar inaugurou ainda no ano passado um complexo de processamento de soja, em Caarapó (MS), que absorveu aporte de R$ 219 milhões.

A unidade tem capacidade para esmagar 1,5 mil toneladas de soja por dia para produção de biodiesel, óleo, farelo de soja e energia. Como parte dos investimentos na região, também inaugurou novas unidades de recebimento de grãos em Bandeirantes, Bela Vista, Ponta Porã e Caarapó.

“Nosso objetivo não é crescer em faturamento simplesmente, é atender bem aos nossos associados. Nós somos a quarta maior empresa de abates do Brasil, atrás apenas de BRF, JBS e Aurora Alimentos ”, afirmou Rodrigues. Considerando o número de funcionários, atualmente em 20.550, a Lar é também a cooperativa singular que mais emprega no país. Para este ano, Costa Rodrigues afirma que as expectativas estão altas, dado o clima favorável às lavouras de soja e a iminência das discussões para publicação, no meio do ano, do planejamento estratégico da Lar até 2030.

“Hoje temos quatro plantas de abate de frangos, duas indústrias de soja, sete de rações, e vamos definir onde queremos chegar para atender à pecuária de pequeno porte e aos produtores de suínos, frango, leite e ovos”, ressaltou o presidente da Lar.