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Área de milho é 50% menor no sul do MS

Escassez do grão no futuro vai custar caro para a avicultura e suinocultura.

Da Redação 28/10/2002 – A redução do plantio do milho de verão foi quantificada pelo IBGE na Grande Dourados na semana passada: a área quase 50% menor, por causa da debandada dos agricultores para a soja, tem previsão de preços bem melhores a partir de março.

No ano passado foram plantados 16 mil hectares nos 13 municípios desta região, enquanto em 2002 a estimativa é de 8.750 hectares. Somente em dois deles houve crescimento do milho, embora em pequenas proporções: em Glória de Dourados serão 50 hectares e em Jateí a área passou de 500 para 1.000 hectares.

Em Maracaju, o IBGE registrou a queda mais radical do plantio comercial do milho: de 5.000 hectares na safra anterior para zero este ano. Há apenas pequenas lavouras para atender as necessidades  familiares.

Essa retração da cultura vai custar caro para os criadores de suínos e de frangos dos projetos integrados, pois o milho responde por metade da composição da ração servida e o preço só tem subido, com a saca custando, no mínimo, R$ 20 no disponível. Mas as indústrias – como a Avipal e a Seara – preveniram-se fazendo estoques para tentar esperar a colheita na nova safra a partir de janeiro e fevereiro.

A escassez do milho vai ser pior para o consumidor, porque os preços do quilo do frango e da carne de suíno subiram fortemente nas últimas semanas, reflexo direto do preço desta matéria-prima.

O Governo federal adotou a opção de compra futura para 2003, mas com preço de garantia de somente R$ 14,50 o que desestimulou o seu cultivo. Somada à questão do mercado, a estiagem prolongada prejudicou o plantio do milho, cuja época recomendada era em setembro. Muitos agricultores arriscaram plantando no pó, esperando as chuvas que somente agora estão chegando ao sul do Estado.

A produtividade média do milho na região também varia bastante, de acordo com o município: em Dourados e Caarapó, 6.000 quilos, enquanto em Glória de Dourados – cujas terras são arenosas, a previsão é de 3.000 kg.

A estimativa do IBGE indica os seguintes plantios: Dourados (1.000 ha); Rio Brilhante (3.000 ha); Nova Alvorada do  Sul (1.400 ha); Itaporã (400 ha); Douradina (100 ha); Caarapó (1.000 ha); Juti (50 ha); Jateí (1.000 ha); Glória de Dourados (50 ha); Fátima do Sul (100 ha); Vicentina (20 ha); e Deodápolis (450 ha).