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Soja

Argentina flexibiliza regras fiscais para importação de soja

Medida tem como objetivo facilitar compras do grão após quebra de safra no país

Argentina flexibiliza regras fiscais para importação de soja

A Secretaria de Agricultura da Argentina informou nesta terça-feira (29/8) que os exportadores de grãos podem manter 25% da moeda estrangeira que gerarem em setembro para importar soja, com o objetivo de lidar com a escassez do grão, flexibilizando rígidos controles monetários no país.
 
“Os exportadores do setor poderão dispor livremente de 25% da moeda estrangeira por 30 dias para (…) garantir a compra de soja”, disse o secretário de Agricultura, Juan Jose Bahillo, em uma coletiva de imprensa. A medida entrará em vigor na segunda-feira (4/9), acrescentou ele.

Atualmente, os exportadores de grãos do país precisam converter todos os dólares obtidos com as vendas em pesos dentro de um prazo rigoroso e a uma taxa de câmbio oficialmente acordada.

A Argentina é um dos principais exportadores mundiais de óleo e farelo de soja, mas uma seca histórica reduziu pela metade a safra de soja para a temporada 2022/23, levando à necessidade de importar a oleaginosa a ser processada para exportação. As importações do grão aumentaram 700% este ano, de acordo com dados oficiais.

O país sul-americano está enfrentando um ambiente econômico complexo, com um grande déficit fiscal, reservas escassas do banco central, inflação de três dígitos e queda da atividade econômica devido à seca que atingiu o setor agrícola.

O governo, que já ofereceu taxas de câmbio preferenciais ao setor agrícola para incentivar as exportações, também regula rigidamente o acesso à moeda estrangeira para pagar as importações.

A Argentina tem 8 milhões de toneladas de soja em reserva, estimou Bahillo, das 25 milhões de toneladas colhidas na temporada 2022/23, muito abaixo das 44 milhões de toneladas coletadas no ano anterior.

A queda na produção levou o país a processar 26% menos soja no primeiro semestre do ano, com apenas 14,9 milhões de toneladas, de acordo com a Câmara de Exportadores e Produtores de Oleaginosas (Ciara).