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Plano Nacional de Sanidade Avícola (PNSA): preocupação com a Influenza Aviária e seu controle, por Dr. Zoé Silveira d`Avila.

Redação AI 24/03/2004 – 12h00 – O presidente da União Brasileira de Avicultura (UBA), Dr. Zoé Silveira d`Avila, fala neste artigo sobre a preocupação de todo o setor avícola brasileiro em manter os plantéis com segurança e saúde para continuar crescendo na produção e no mercado internacional. Confira:

“O Brasil é atualmente o segundo maior produtor mundial e o segundo maior exportador de carne de frango, sendo que a produção de perus e de ovos comerciais tem aumentado significativamente nos últimos anos. As principais vantagens competitivas do País estão relacionadas com a disponibilidade de grãos, principalmente milho e soja, que são a base da alimentação do frango brasileiro, bem como clima propício que diminui a necessidade de gastos excessivos com a climatização de instalações, mão de obra barata e eficiente e viabilidade da utilização de tecnologia propiciada pelo sistema de integração. Além disso, o país possui um parque industrial estruturado e tecnologicamente avançado, que permite produzir equipamentos e insumos para a cadeia produtiva a preços mais baixos que os praticados no mercado internacional.

Segundo dados da UBA, foram abatidos 3,71 bilhões de frangos em 2003, resultando numa produção total de 7,8 milhões de toneladas, representando um incremento de 4,34% sobre o ano anterior. Deste total, foram destinadas 5,9 milhões de toneladas para o mercado interno, dando um consumo per capita de 33,3 kg. O restante foi exportado para 122 países, sendo que em receita cambial, o Brasil passou a ser o maior exportador mundial de carne de frango, em 2003. Foram exportadas 1,9 milhão de toneladas de carne (frango inteiro e cortes) in natura, além de 37,7 mil toneladas de produtos processados de frango. A receita cambial total atingiu US$ 1,8 bilhões de dólares.

Preocupação com a sanidade

A grande preocupação atualmente é a manutenção do status sanitário dos plantéis avícolas, a fim de que a avicultura brasileira possa continuar crescendo nos próximos anos. Para isso, o setor de produção, juntamente com o governo, vem desenvolvendo uma série de ações a fim de manter o país livre de Influenza Aviária.  Estas ações foram intensificadas depois dos surtos ocorridos na  Holanda, Bélgica, Itália e, mais recentemente, em países asiáticos, Canadá e Estados Unidos.

Dentre as medidas adotadas pela UBA, Abef e Ministério da Agricultura, destacam-se o reforço na biosseguridade dos plantéis avícolas e o treinamento de técnicos oficiais e privados para atuarem na prevenção e no controle de emergências. O Programa Nacional de Sanidade Avícola PNSA, está sendo reforçado nos principais Estados produtores  através da estruturação da defesa sanitária e da realização de treinamentos específicos para os técnicos das Delegacias Federais de Agricultura e das Secretarias de Agricultura dos Estados. Como são as Secretarias de Agricultura que executam o PNSA nos Estados, essas ações são fundamentais e darão maior agilidade na atuação do governo no caso da ocorrência de eventuais surtos no país.

Além disso, o Programa de Monitoria de Influenza Aviária e doença de Newcastle foi ampliado, atingindo 14 Estados, sendo que as poedeiras comerciais e aves de fundo de quintal também foram inseridas nas amostras colhidas para a realização de sorologia e pesquisa de vírus.  A vigilância ativa sobre aves migratórias está sendo feita através da captura de aves migratórias e aves silvestres residentes no norte e nordeste do país e na lagoa dos peixes, no Rio Grande do Sul. Nos últimos meses, essa monitoria foi  intensificado a fim avaliar o risco real representado por esse tipo de aves para a avicultura brasileira.

Outras medidas em fase estudos e/ou implantação são a criação de um fundo nacional de indenização, cadastramento de granjas, reforço da estrutura laboratorial para o diagnóstico de doenças, controle rígido da importação de material genético, reforço das barreiras sanitárias em portos e aeroportos, bem como restrições de visitas à estabelecimentos avícolas. Um item especial da pauta de estudos é o que trata da implantação de um programa de regionalização da avicultura brasileira, o qual terá como objetivo principal disciplinar o trânsito de aves vivas entre Estados ou Regiões a fim de possibilitar a manutenção das exportações brasileiras de produtos avícolas na eventualidade da ocorrência de um surto de Influenza Aviária ou doença de Newcastle em nosso país.

Como se vê, a preocupação com a prevenção e o controle de doenças está mobilizando toda a avicultura brasileira  e serviu  para reforçar ainda mais a interação entre o setor privado e o governo para defender o nosso maior patrimônio que é a sanidade dos plantéis e a qualidade dos nossos produtos avícolas”.