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Ovos

Aumento da procura interna eleva cotações em 2019

De janeiro a dezembro, os preços dos ovos brancos e vermelhos, tipo extra, negociados em Bastos (SP), aumentaram 7,2% e 8,2% frente a 2018, em termos reais

Aumento da procura interna eleva cotações em 2019

Segundo informações do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, os preços dos ovos iniciaram 2019 em queda, devido à maior oferta do produto, típica de começo de ano, e à menor demanda nessa época, por causa das férias escolares. Porém, as cotações voltaram a se recuperar no correr de 2019, encerrando dezembro em alta. Neste caso, pesquisadores do Cepea indicam que a sustentação veio da valorização das principais carnes consumidas pelos brasileiros (bovina, suína e de frango).

De janeiro a dezembro, os preços dos ovos brancos e vermelhos, tipo extra, negociados em Bastos (SP), aumentaram 7,2% e 8,2% frente a 2018, em termos reais (valores deflacionados pelo IPCA de novembro/19). Nas demais regiões acompanhadas pelo Cepea, os valores seguiram a mesma tendência.

Segundo pesquisadores, as altas temperaturas verificadas em alguns períodos de 2019 diminuíram pontualmente a disponibilidade de ovos, devido ao aumento da mortalidade das poedeiras e à menor vida útil do produto. Ainda assim, ressalta-se que a oferta do produto se manteve elevada na maior parte do ano.

De acordo com o levantamento de Produção de Ovos de Galinha (POG), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção brasileira cresceu 6,9% nos primeiros nove meses de 2019 frente ao mesmo período de 2018, totalizando aproximadamente 2,8 bilhões de dúzias de ovos. Trata-se do maior volume já produzido para o período de toda a série histórica da pesquisa do IBGE, iniciada em 1987.

A demanda, por sua vez, esteve aquecida principalmente no período de Quaresma e em dezembro. Pesquisadores do Cepea indicam que, no primeiro período, os aumentos nos preços dos ovos, tipo extra, branco e vermelho, foram de 6,1% e 0,4%, respectivamente. Em dezembro, as altas nos preços das principais proteínas de origem animal passaram a favorecer o consumo de ovos, elevando as cotações do produto.

Dessa forma, mesmo com os custos de produção em alta em alguns meses do ano, com destaque para a saca de 60 kg do milho na região de Campinas (SP) que, segundo dados da Equipe de Grãos do Cepea, chegou a ser comercializada na média de R$ 47,35 em dezembro, o cenário ainda foi favorável ao avicultor. Em 2019, foi possível ao produtor de Bastos (SP) a aquisição de 122,69 quilos de milho, ou 64,46 quilos de farelo de soja, com a venda de uma caixa de 30 dúzias de ovos tipo extra, branco, quantidades 8,5% e 14,9%, na mesma ordem, superiores às de 2018.

Quanto às exportações, estas estiveram aquém do esperado pelo setor. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram embarcadas 4,74 mil toneladas da proteína em 2019, volume 39,8% abaixo do registrado em 2018. Em termos de receita, o recuo (35,6%) foi menos intenso, devido ao alto patamar do dólar frente ao Real, que resultou em montante de R$ 18,48 milhões.