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Saúde Animal

Aves sem salmonela

A melhor forma de controle é a prevenção da entrada e/ou reintrodução da salmonela. As aves excretam a bactéria por várias semanas.

Aves sem salmonela

A falta de controle ou prevenção da salmonela podem acarretar grandes prejuízos a toda a cadeia, alertam os assistentes técnicos para Avicultura do Laboratório Biovet, os médicos veterinários Rafael Azambuja Bampi e Jalmir Moy. Eles afirmam que as perdas podem acontecer em qualquer modalidade e fase de desenvolvimento das aves. Segundo eles, nas matrizes leves ou pesadas, poedeiras e frango de corte os prejuízos estão relacionados à elevação da mortalidade entre os pintinhos, refugagem das aves, e contaminação dos ovos produzidos por lotes infectados. “Decrescem assim os índices zootécnicos tanto nas granjas como nos incubatórios”, mencionam. Eles lembram que, nas aves pertencentes a linhas puras, bisavós e avós, se ocorre a positividade para Salmonella Gallinarum, Salmonella Pullorum, Salmonella Enteritidis e Salmonella Typhimurium, de acordo com a legislação nacional, ocorre o sacrifício/abate das aves do núcleo e eliminação de todos os ovos, incubados ou não, provenientes dos núcleos afetados, o que poderá ocasionar um grande choque no bolso de toda a cadeia. “Para as Matrizes constatando-se, nas colheitas oficiais, positividade para Salmonella Gallinarum, Salmonella Pullorum, ocorrem sacrifício/abate do núcleo e eliminação de todos os ovos, incubados ou não, dele provenientes. Constatando-se positividade nas colheitas oficiais para Salmonella Enteritidis e Salmonella Typhimurium, haverá cancelamento da certificação de livre e o núcleo ou estabelecimento avícola passará a ser considerado controlado, devendo adotar as medidas estabelecidas pela legislação”, alertam.

Formas de controle

Atualmente, mencionam os veterinários, a melhor forma de controle à salmonela é a prevenção da entrada e/ou reintrodução da bactéria. As principais normas de Biosseguridade empregadas no controle da infecção de um lote são as corretas medidas de limpeza, desinfecção, higiene e vazio sanitário, bem como o controle de pássaros, roedores, moscas e a eliminação de aves ou lotes infectados. “Controles microbiológico de matérias-primas de origem animal nas rações; da água e cama aviária contaminados; cuidados com dejetos e águas residuais e com veículos… são medidas que auxiliam no controle”, especifica Bampi.

Os profissionais expõem, ainda, que na avicultura industrial as grandes empresas possuem programas de biosseguridade rígidos, os quais os produtores devem seguir, sendo que de modo geral tem-se conseguido cumprir de forma efetiva. “Porém, é difícil que se tenha 100% dos produtores totalmente comprometidos com estas normas, existindo assim algumas falhas. O sucesso destes programas de controle depende do real comprometimento de cada integrante da cadeia avícola, para assim diminuir a disseminação de Salmonela”, acrescenta Jalmir Moy.

Erros acontecem

Com relação à salmonela, no Brasil, na opinião dos profissionais da Biovet, as principais falhas que vêm acontecendo são erros cometidos dentro dos programas de biossegurança. “Alguns tratamentos são realizados sem antes ser feito isolamento da bactéria e antibiograma, facilitando assim o aparecimento de resistência bacteriana. Apesar de um grande controle nas linhas puras, bisavós, avós e matrizeiros, os processos de monitoria e controle no frango de corte e poedeiras comerciais são menos rígidos, podendo facilitar assim a disseminação das salmonelas nestas categorias animais”, lamentam.

Eles explicam que o controle da doença no Brasil é feito através do Plano Nacional de Sanidade Avícola, que tem por objetivo garantir a disponibilidade, nos mercados interno e externo de produtos avícolas de qualidade, sanitariamente controlados. Aliado a isso há também a Instrução Normativa 78 de 2003 que propõe o controle e certificação de núcleos e estabelecimentos Avícolas como livres de Salmonella Gallinarum e de Salmonella Pullorum e Livres ou Controlados para Salmonella Enteritidis e para Salmonella Typhimurium. Estas normas definem as medidas de monitoramento das salmoneloses em estabelecimentos avícolas de controles permanentes e eventuais (exceto postura comercial, frango de corte e ratitas), que realizam o comércio ou a transferência nacional e internacional de seus produtos, destinados à reprodução e produção de aves e ovos férteis, ficando os mesmos obrigados a realizarem o monitoramento de seus plantéis, obedecendo às diretrizes do Programa Nacional de Sanidade Avícola.

Positivo x negativo

O ponto positivo de controle à salmonela no Brasil é apontado pelos veterinários como: o rígido controle de linhas puras, bisavós, avós e matrizeiros, através da monitoria sorológica e programas de biosseguridade, procurando assim produzir pintinhos livres da bactéria. “O aumento das medidas de controle das salmoneloses aviárias visam a melhoria na qualidade do material genético empregado na cadeia produtiva e o fornecimento de produtos de atestada qualidade microbiológica em atenção aos mercados interno e externo. Como o Brasil é o maior exportador de carne e derivados avícolas, torna-se imperativo a adoção de tais medidas de controle deste que é um dos principais patógenos avícolas, relacionado também com saúde pública”, pontuam.