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Avicultura baiana entra na era dos megaprojetos

Empresários do Estado e de Goiás se unem para investir R$ 93 milhões em complexo avícola na cidade de Barreiras.

Redação AI 05/11/2002 – Atraídos pela existência de um destacado pólo produtor de grãos, empresários de Goiás e da Bahia estão se associando para implantar, no Oeste baiano, um complexo avícola que demandará investimentos de R$ 93 milhões. O empreendimento, batizado de Bomfrango Alimentos, será instalado no município de Barreiras e integrará toda a cadeia produtiva do setor. As atividades incluirão desde a criação de aves matrizes para produção de ovos férteis, que serão incubados para obtenção de pintos, até a industrialização de frangos de corte.

Do total investido, R$ 53 milhões correspondem à área industrial e R$ 40 milhões virão dos pequenos produtores que vão atuar como consorciados. Apesar de ainda se encontrar em fase de projeto, a Bomfrango já dispõe de um terreno de 800 hectares que está sendo doado pela prefeitura de Barreiras, para implantação dos matrizeiros e incubatórios. A administração municipal também cederá 30 lotes para a construção das casas dos funcionários que atuarão na área industrial.

A fase atual do empreendimento é de consulta a organismos de financiamento, com destaque para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e também para bancos privados. O projeto busca se enquadrar no programa BNDES Automático, que contempla até 60% dos investimentos totais previstos. Os empresários também estão concluindo a formatação do protocolo de intenções que será assinado com o governo baiano, visando o benefício da redução tributária.

A intenção é de que a partir de 1 de janeiro o projeto comece a ser colocado em prática, com a implantação transcorrendo durante um período de 18 meses até o início da primeira fase de operações, diz o consultor financeiro Paulo Alonso, da empresa baiana Vetor Consultoria, responsável pela elaboração do projeto de viabilidade econômico-financeira e captação dos recursos.

Quando estiver funcionando a plena carga, a Bomfrango deverá registrar uma produção anual de 40 milhões de ovos férteis, 31 milhões de pintos de um dia, 180 milhões de toneladas de rações e 200 milhões de frangos abatidos. A maturação do empreendimento está prevista para ocorrer em um prazo de cinco anos.

Alonso calcula que a empresa deverá gerar 900 empregos já na fase de implantação, chegando a 2,7 mil na etapa final, incluindo os postos de trabalho indiretos representados pelos produtores de pequeno porte. Eles atuarão como consorciados após receberem assessoria técnica e financeira para construção de aviários e criação de pintos, num modelo similar ao adotado por empresas como a Avipal. Outra vertente do projeto é o processamento de resíduos do abatedouro e produção de ração animal.

O faturamento projetado para o primeiro ano de atividade da nova companhia é de R$ 48 milhões, passando a R$ 72 milhões no segundo ano e alcançando os R$ 120 milhões quando o empreendimento estiver consolidado. O foco maior do projeto, segundo Alonso, serão as vendas para o mercado externo, principalmente o asiático, onde um dos empresários baianos que estão à frente da Bomfrango já atua. Foramfeitos contatos com compradores de Hong Kong e Coréia. As exportações na Bomfrango deverão responder por cerca de 60% da produção total.