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Entrevista

Avicultura brasileira terá novamente pela frente um ano volátil e desafiador

Embora com oportunidades no contexto internacional gerada por situações como a Guerra na Ucrânia e casos de Influenza Aviária na Europa, os custos tendem a permanecer em patamares elevados e o poder de compra do consumidor interno apertado, podendo resultar em um menor ritmo de crescimento

Avicultura brasileira terá novamente pela frente um ano volátil e desafiador

O mercado mundial de carnes aponta para um cenário positivo ao frango brasileiro nos próximos anos. Isso, no entanto, não demonstra um horizonte amplamente favorável. Os indicativos do contexto nacional e internacional abrem oportunidades, mas acompanhada de desafios. A expectativa é de um 2022 de alta volatilidade, como já vivido pelo setor de carnes ao longo do ano passado.

No cenário externo, a Guerra na Ucrânia abre algumas possibilidades às exportações avícolas do Brasil. A avicultura ucraniana era responsável por cerca de 10% das exportações de frango, e com o prolongamento do conflito, não conseguirá atender os seus tradicionais clientes. Pelo tamanho da produção brasileira, é possível atender a parte destes volumes, já que diversos destes mercados já são atendidos pelo país. No entanto, a guerra deflagrada pela Rússia em território ucraniano deve elevar os preços de grãos, já que ambos são importantes produtores.

Os casos de Influenza Aviária na Europa – e agora nos EUA – podem ser decisivos para o Brasil manter seus volumes no mercado internacional, até ampliando. Por lado, europeus não devem deixar de lado questões como segurança dos alimentos e outras diversas exigências, que emperram uma maior entrada do frango brasileiro no continente europeu. Mas, como o Brasil não tem registro de Influenza Aviária e Peste Suína Clássica, se tem oportunidades em novos potenciais mercados. O mundo também tenta se recuperar dos impactos econômicos causados pela pandemia de Covid-19.

“O frango tem sido um dos menos impactados não só em termos de oferta – pois possui o menor ciclo de abate e com isso maior celeridade para retomada de produção -, mas também por conta de preços. Por ser a carne mais barata, e considerando o momento de redução no ritmo econômico nos últimos anos, ela tem se tornado a carne mais demandada nesse cenário de recuperação econômica global’, indica Wagner Yanaguizawa, analista econômico com foco em proteína animal do Rabobank Brasil.

Nesta entrevista, o especialista aborda os desafios para o setor brasileiro de proteína animal no contexto internacional, assim como suas oportunidades, avaliando a produção na América Latina, avaliando desafios sanitários e provocados pela Guerra na Ucrânia. Confira.