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Avicultura está consolidada em MS

Em menos de 10 anos, atividade se transformou no segundo item na pauta de exportações do Estado.

Redação AI 26/08/2002 – A avicultura sul-mato-grossense, em menos de dez anos, saiu da condição de uma atividade incipiente para alcançar hoje o status de padrões internacionais de qualidade. Hoje a exportação de frango é o segundo maior item da balança comercial do Estado, perdendo apenas para a soja.  A avicultura responde por 14% das exportações.

De janeiro a julho de 2002 o Estado exportou US$ 27,4 milhões, 22,9%, mais que o resultado obtido em igual período de 2001, quando foram exportados US$ 22,3 milhões.

A utilização de técnicas avançadas de produção aumentou em 13% o peso médio do frango sul-mato-grossense. Que saltou de 1,9 quilo em 1990 para 2,2 quilos este ano. O ganho é um dos dados apresentados no relatório preliminar da cadeia do frango elaborado pela Fundação Cândido Rondon, a pedido do governo do Estado.

No trabalho, a economista Mara Gordin, coordenadora do grupo, destaca as boas condições apresentadas para o desenvolvimento do setor em Mato Grosso do Sul.

Hoje o Estado é o sexto maior produtor nacional de frango, participando de 3,93% do mercado, com 110.906 abates anuais até o ano passado, desempenho superior  ao dos demais Estados do Centro-Oeste. Apesar de importante, a participação é pequena se comparada ao Paraná, primeiro colocado, que detém participação de 28,2%.

A técnica da Secretaria de Fazenda Fernanda Ferraz Campos, integrante do grupo,   salienta que a qualidade do frango produzido no País e em Mato Grosso do Sul é equivalente à dos Estados Unidos e muito apreciada na Arábia Saudita. Em virtude destes fatos, acredita que há potencial para a avicultura se expandir de forma gradativa com o aumento das exportações para Oriente Médio, China e  Canadá.

Outro fator positivo para estimular o setor, na avaliação da economista, é o crescimento do consumo per capita, que saiu de 14 quilos anuais para 32 quilos em 2002.

Outra vantagem comparativa da atividade no Estado, segundo Mara Gordin, é a proximidade dos seis aviários e indústrias com as beneficiadoras de farinha de soja e milho, produtos indispensáveis na composição da ração.

Estrangulamentos

O relatório preliminar aponta como principal ponto de estrangulamento na cadeia o conflito existente entre as granjas integradas e as indústrias abatedoras. Para Mara Gordin, existe um descompasso entre o faturamento alcançado por algumas indústrias e o preço pago aos donos dos aviários, que em alguns períodos de sazonalidade chegam a uma relação de trabalho escravo. “Há período em que a margem de lucro atinge R$ 0,02, chegando no máximo a R$ 0,25 por frango”, relata.

Outra reclamação dos proprietários de aviários apontada no relatório é quanto ao desconhecimento de alguns itens que integram a planilha, que segundo ela vem pronta, sem a participação dos criadores ou de técnicos ligados à categoria. João Carlos Torraca, técnico da Secretaria de Fazenda, explica que pelo atual sistema de cálculo os abatedouros se apropriam da produtividade do sistema integrado, ficando os avicultores também com o maior porcentual de risco na quebra.

O relatório também mostra uma margem de lucro desproporcional na venda a varejo, com o produto sendo pago no máximo a R$ 0,25 ao produtor, vendido pela indústria entre R$ 1,65 e R$ 1,75 e revendido aos consumidores pelos varejistas ao preço médio de R$ 2,25.