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Exportação

Brasil envia adidos a Shenzeng para apurar contaminação de asas de frango por coronavírus

Cidade chinesa detectou traços da covid-19 em produto exportado pela Aurora

O governo brasileiro decidiu enviar os adidos agrícolas de Pequim até a cidade de Shenzeng, no sul da China, para tentar apurar melhor o suposto caso de contaminação por novo coronavírus detectado em um lote de asas de frango exportado ao país asiático pelo Brasil.

O episódio já motivou dois embargos comerciais e aumentou a preocupação do Ministério da Agricultura.

O Valor apurou que a estratégia é tentar contato direto na cidade onde o fato ocorreu e que centraliza as investigações nas autoridades sanitárias locais.

A Administração-Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) afirmou ao Ministério da Agricultura do Brasil que não tem como facilitar o trânsito de informações no momento. Ao menos um dos dois adidos que o país tem em Pequim será enviado para Shenzeng.

Além do caso de suposta contaminação de produto exportado, o Brasil cobra informações mais detalhadas sobre os motivos que levaram a China a suspender as exportações de cinco frigoríficos brasileiros.

Os pedidos foram feitos formalmente, mas até agora o GACC se limitou a indicar a preocupação com notícias veiculadas na imprensa sobre a contaminação de funcionários por covid-19 nos estabelecimentos.

O Ministério da Agricultura avalia que é possível rebater esses argumentos tecnicamente e mostrar os procedimentos adotados pelas plantas para afastamento e tratamento de pessoas doentes. “Eles nos cobram, mas não dão informações quando pedimos. Tem que ser uma via de mão dupla”, afirmou um técnico da área internacional do governo brasileiro.

Até o momento, as Filipinas suspenderam importações de carne de frango do Brasil e Hong Kong comunicou oficialmente o Ministério da Agricultura da decisão de bloquear novos envios do frigorífico Aurora, de Santa Catarina, de onde saiu a carga em que o vírus teria sido detectado.

O Valor também apurou que as Filipinas alegaram preocupação com estabelecimentos brasileiros, por não estarem seguindo o mesmo protocolo que a indústria filipina segue. A Coreia do Sul também pediu formalmente algumas informações sobre a situação dos frigoríficos no Brasil.