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Caipira resistente

Alimentação, instalações e manejo corretos garantem o bom desempenho e a qualidade das aves na granja Frangorg.

Redação AI 25/06/2002 – A criação comercial de galinhas caipiras pode ser bem-sucedida e rentável se conduzida com rigor técnico e regularidade no fornecimento de animais ao mercado. Isso é o que prova a experiência do avicultor Willian Braiton Caixeta, que há 30 anos dedica-se à atividade. Em seu criatório, a Granja Frangorg, instalada no município de Hidrolândia (GO), ele cria em regime de semi-confinamento a raça índio gigante.

O avicultor explica que optou pela raça por ser resistente às doenças, produtiva e apresentar padrão genético estável. A manutenção dessas características num plantel, no entanto, depende da introdução constante de sangue novo, ensina.

Cruzamento – A variabilidade genética só é possível nos cruzamentos graças à importação anual de novas aves. Para isso, o avicultor importa animais de criatórios do Brasil e de três outros países. A cada ano é preciso introduzir dois ou três novos reprodutores, o que exige investimento significativo, pois cada ave chega a custar de US$ 960,00 a US$ 1,2 mil.

Os machos e fêmeas introduzidos como reprodutores são avaliados durante dois a quatro anos, para saber se as características que imprimem em seus descendentes são estáveis. Se isso não ocorre, é preciso adquirir novos reprodutores e começar tudo de novo, ensina o criador. Como o produtor mantém as bisavós, apenas os machos são introduzidos, de modo que haja o choque sangüíneo nos cruzamentos. Só assim é possível manter a qualidade do plantel a cada nova geração e evitar a degradação genética.

Caso contrário, as aves que nascem podem revelar cruzamentos muito antigos, resultando em animais menores, por exemplo, empenamento diferenciado e baixa rusticidade. Aves de uma mesma família podem ser cruzadas por no máximo 5 anos, de modo a não ocorrer a degeneração das características desejáveis.

O padrão racial é marcado por uma penagem diversificada, com cores vivas, diferenciadas do caipira tradicional, que apresenta menos cores e penas. Outras diferenças marcantes são a rusticidade e a conformação de carcaça, ressaltando-se o peito largo e a pequena crista. Alguns animais machos, ao chegar à fase adulta medem 1 m de envergadura e pesam até 7 Kg. As fêmeas pesam até 4 Kg e apresentam postura média anual de até 200 ovos.

Alimentação – A alimentação das aves da granja Frangorg é à base de milho, farelo de trigo e farinha de minhoca, que tem 78% de teor de proteína. Como suplementação recebem vitaminas, aminoácidos e minerais, produtos importados, mas necessários, principalmente por ser uma criação em escala comercial. Esse manejo garante peso vivo, aos 120 dias, entre 3,5 kg e 4 kg.

A forma de criação e a genética do índio gigante conferem o sabor característico da ave caipira, mais consistente após o cozimento, o que não ocorre com o caipira melhorado, cujo preparo é bem mais rápido. “O caipira autêntico, em panela comum, é cozido por até uma hora, explica Willian Caixeta.”

Além da alimentação adequada, um dos segredos do sucesso na criação de galinhas caipiras é a higiene rigorosa das instalações, o que se consegue com pulverizações regulares de produtos anti-sépticos, de modo a eliminar vírus e bactérias nos galpões-dormitórios, onde as aves ficam alojadas durante a noite, protegidas dos predadores e das intempéries.

O fornecimento de água de boa qualidade é também indispensável. Na granja Frangorg, Willian Caixeta não abre mão da cloração da água, para prevenir contra possível veiculação de doenças. Os cuidados com a sanidade incluem ainda restrição de acesso dos visitantes ao criatório.