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Carne de marreco se populariza no Brasil

A popularização do hábito de comer carne de marreco no país está promovendo um avanço médio de 10% ao ano nas vendas de matrizes, filhotes, ovos e animais vivos.

Redação AI 06/09/2002 – A popularização do hábito de comer carne de marreco no País nos últimos dez anos está promovendo um avanço médio de 10% ao ano nas vendas de matrizes, filhotes, ovos e animais vivos. Entre os responsáveis pela divulgação das propriedades da carne exótica está a Festa Nacional do Marreco (Fenareco), realizada em Brusque (SC).

Antes restrita aos cardápios de restaurantes alemães e chineseses, a ave já pode ser encontrada nas gôndolas das grandes redes de supermercados como Pão de Açúcar e Carrefour.

Hoje, são produzidos cerca de 100 mil animais por ano para abate e há aproximadamente 10 mil matrizes em todo o território nacional, embora os criadouros fiquem concentrados nas regiões Sul e Sudeste.

O Sítio Soledade despacha as aves para todo o Brasil, desde Manaus até o Rio Grande do Sul. “Se a quantidade for maior, barateamos o preço”, diz Nélica Beith, proprietária do Sítio Soledade, de Petrópolis (RJ).

As raças mais conhecidas são o marreco-de-pequim -para abate, ornamentação e produção de ovos- e o carolina e o mandarim, só para ornamentação.

Segundo Nélica, a divulgação das propriedades da carne da ave exótica tem ajudado no aumento da produção. “Desde que começamos a criar marrecos-de-pequim, há sete anos, o interesse aumentou consideravelmente graçãs aos eventos e à divulgação.”

O sítio comercializa semanalmente cerca de 3 mil marrecos-de-pequim com um dia. Os principais compradores são criadores e pessoas que buscam o animal para colocar nos lagos de suas propriedades. O preço do animal de um dia é de R$ 2,10 a unidade, em caixas com 50 marrecos.

Segundo a proprietária do sítio, a grande vantagem do marreco em relação ao primo, o pato, está no ponto de abate. Enquanto os marrecos-de-pequim estão no ponto para serem abatidos com oito semanas, os patos demoram cerca de três meses.

“É mais rentável para o produtor abater marrecos, que com oito semanas já têm cerca de 2,8 quilos. Outra vantagem é que até o ponto de abate os machos e fêmeas têm o mesmo tamanho, o que não ocorre com o pato, cuja fêmea é bem menor.” O custo para a criação do marreco, levando-se em consideração a ração e cuidados veterinários, é de aproximadamente R$ 7,00/mês por casal.

O quilo do animal para abate é vendido pelo criador por cerca de R$ 6,00. Isso representa um lucro de 150% por animal.

O casal de pequim para ornamentação é vendido por cerca de R$ 50,00. Já o carolina é comercializado por R$ 250,00, o casal, e o mandarim por R$ 300,00 o casal.

Os ovos do marreco-de-pequim são vendidos por R$ 0,50 a unidade, ou então, R$ 5,00 a dúzia.

O proprietário da Granja Montrieme, localizada em Piracicaba (SP), Márcio Magossi, observa que a criação de marrecos é um bom investimento, porém, a longo prazo -pois requer gastos com as matrizes e com a área de criação, que precisa ter um lago e local adequado para a reprodução. “É uma atividade apaixonante, mas requer muitos cuidados. Quem quiser criar tem que avaliar o mercado na sua região para saber se será realmente rentável”, finalizou.