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Fim de Ano

Carnes suína e frango devem substituir o bacalhau na ceia de 31% dos brasileiros

Pesquisa da Asserj mostrou que os consumidores também pretendem economizar na bebida alcoólica e têm a intenção de gastar entre R$ 100 e R$ 300 para compor a mesa

Carnes suína e frango devem substituir o bacalhau na ceia de 31% dos brasileiros

Os cortes suínos e o frango inteiro são fortes concorrentes para levarem o posto de protagonista na mesa da ceia de Natal dos Brasileiros este ano, tendo em vista que 31% da população não pretende investir no bacalhau, conforme mostrou um levantamento realizado pela Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj).

Isso porque, segundo o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o valor cobrado pela carne de porco subiu 2,88% nos últimos meses, 12 meses, ficando abaixo da inflação oficial do país, que ficou em 10,73% no mesmo período.

Em comparação com o frango inteiro, que teve um aumento de 24,28%, no mesmo intervalo de tempo, os cortes suínos devem pesar menos no bolso do consumidor.

O bacon, que registrou a maior alta nos últimos 12 meses (7,82%) ainda ficou abaixo da inflação, assim como o lombo (4,36%), o carré (3,55%) e a costela (0,18%). O pernil, que já é mais utilizado pelos brasileiros na data, foi o único que registrou uma diminuição de -1,27% no valor, se tornando uma opção interessante para quem quer economizar. 

“A média dos cortes suínos subiu 2,88%, nos últimos 12 meses, bem abaixo da inflação média. Já a carne de frango subiu quase 25% no mesmo período. Inclusive, alguns cortes suínos tiveram até o seu preço reduzido, em relação ao ano passado.

Os dois grupos chegaram a ter um aumento no ano passado, devido às questões climáticas que encareceram a produção da soja e do milho utilizada de alimento para estes animais. Isso, sem citar a alta do diesel e da energia, que também influenciam no preço final. Esse ano, porém, a produção suína ficou mais barata e essa redução de custo já está refletindo no valor repassado ao consumidor”, explicou o economista do IBRE-FGV, Matheus Peçanha.

No entanto, o setor das carnes não é o único que os consumidores pretendem reduzir os custos. Ainda de acordo com a pesquisa da Asserj, 37,9% das pessoas indicaram que não pretendem gastar comprando nenhum tipo de bebida alcoólica, enquanto para 47,1% dos consumidores, a festa será regada a cerveja ou vinho (34,6%). A reunião também será pequena para 70% das pessoas, com no máximo, 10 convidados. Esse movimento é reflexo da intenção de mais da metade dos brasileiros que pretendem gastar entre R$ 100 e R$ 300 para compor a mesa.

“A ceia de Natal de 2021 será fortemente influenciada pela inflação alta e pela desvalorização cambial. Itens tradicionais ficaram bem mais caros e devem determinar uma mudança na mesa do brasileiro. Os preços mais altos das carnes bovina, de ave e do bacalhau podem forçar a fazer uma ceia mais econômica”, analisou o economista Gilberto Braga, que deixou uma orientação: “A carne de porco está em média 10% mais barato do que em 2020 e fica como uma dica de produto substituto para a ceia. Há pedaços já temperados dos tradicionais pernil e lombinho, mas há agora o filé mignon, o contrafilé e o ossobuco suíno, por exemplo”.