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Centro-Oeste faz abate de avestruzes

Este é o primeiro abate da ave na região e o segundo no País.

Redação AI 04/02/2002 – O primeiro abate comercial de avestruzes no Centro-Oeste e segundo do Brasil foi realizado, com sucesso, no último dia 29. Os criatórios Ave Santa Avestruz, JB Avestruz e Goiavestruz se uniram e levaram sete animais para abate, ainda em caráter experimental, no frigorífico 3 Marcos, em Hidrolândia (GO). Todo o procedimento foi acompanhado por técnicos do Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A carne obtida foi vendida para o restaurante Piquiras, de Goiânia, que, a partir de agora, deve incluir pratos feitos com a carne de avestruz em seu cardápio. De acordo com a presidente do Núcleo de Criadores de Ratitas do Centro-Oeste (Nucrir-CO), Márcia Bernadete Melo, vários donos de restaurantes já se mostraram interessados em adquirir carne de avestruz. Entretanto, os criadores ainda não têm condições de abastecer o mercado de forma regular, com quantidades maiores.

A expectativa é que, em no máximo dois anos, o produto esteja disponível nas redes de supermercados do Estado. Atualmente Goiás conta com cerca de 50 criadores, que juntos somam plantel de 3 mil animais. Márcia também acredita que, com o aumento da oferta o preço da carne sofra uma redução, ficando mais acessível ao consumidor. Atualmente o quilo da carne de avestruz custa cerca de R$ 50,00 no mercado nacional. O valor dessa primeira comercialização não foi divulgado pelo núcleo. Márcia argumenta apenas que foi estabelecida uma importante parceria entre os criadores e o restaurante.

Para o Frigorífico 3 Marcos, o abate de avestruzes foi uma novidade. De acordo com o diretor industrial do estabelecimento, Ivon Carlos Alves de Almeida, a experiência foi muito satisfatória, mostrando a necessidade de fazer modificações no frigorífico, que há cerca de 11 anos trabalha com bovinos.

Consolidação –
Os criadores do Estado estão confiantes na consolidação do mercado do avestruz. A bióloga Maria Luísa del Giúdice Paniago, proprietária da Goiavestruz Agropecuária, em Goianira, participou do abate com um animal. Ela está investindo na ampliação do seu plantel, formado por 17 casais adultos e 18 filhotes. Ela acredita no sucesso da atividade, até porque o avestruz oferece vários e valiosos produtos: carne, couro e plumas. Outra criadora, também bastante entusiasmada com a atividade, é Gercina Bandeira, do JB Avestruz, em Rio Verde. Ela levou para abate quatro exemplares, selecionados em seu plantel de 90 aves.

Márcia Melo destaca que a carne de avestruz possui um terço das calorias da carne bovina, além de não ter gorduras mono e polinsaturadas. Como não é utilizado nenhum tipo de hormônio, é considerado um animal ecologicamente correto. Ela ressalta que para os criadores uma das grandes vantagens da criação é a produtividade. Uma fêmea chega a ter 20 filhotes por ano, o que resulta em 800 quilos de carne no período. Já o retorno financeiro depende dos animais adquiridos. Se forem filhotes, demora cerca de três anos. Caso o criador já comece com animais adultos, o retorno é bem mais rápido.