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Influenza Aviária

Com constantes rearranjos genéticos, H5 emerge em novos subtipos de alta patogenicidade

O H5N8 é o que gera maior preocupação, com surtos registrando altas mortalidades em aves domésticas e até em silvestres infectadas, o que não ocorria com frequência com outras estirpes virais. Na Rússia, funcionários de uma granja foram os primeiros relatos de infecção deste subtipo em humanos

Com constantes rearranjos genéticos, H5 emerge em novos subtipos de alta patogenicidade

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recebeu em fevereiro deste ano uma notificação do governo russo indicando a infecção de sete pessoas com o vírus H5N8, subtipo de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP). O anúncio acendeu um alerta no mundo científico mundial, afinal, foi (e permanece sendo) o primeiro relato de infecção por um vírus do subtipo H5N8 em humanos. O vírus foi identificado em uma granja de postura comercial na região de Astracã, no Sul da Rússia, onde estavam alojadas 900 mil aves. A mortalidade do plantel em decorrência da enfermidade foi de 11%. Os sete infectados eram trabalhadores da granja e tinham entre 29 e 60 anos. Embora com diagnóstico positivo para a infecção pelo subtipo H5N8, eles não apresentaram sintomas e não houve a transmissão para familiares ou para pessoas que trabalhavam em contato com estes infectados. Frente a esta ocorrência, foi implementado um sistema de monitoramento de todos os trabalhadores da granja que atuavam diretamente no manejo das aves. “Até a presente data, não temos relatado nenhuma transmissão sustentável do subtipo H5 entre humanos”, ressalta Helena Lage Ferreira, professora e virologista da FZEA-USP, especialista em Influenza Aviária.

A preocupação envolvendo este caso deriva do fato de a hemaglutinina H5 do subtipo H5N8 pertencer ao mesmo clado genético do H5N1, que emergiu na Ásia em 1996. Segundo explica Helena, a partir de 2013, o subtipo H5 (clado 2.3.4.4) começou um processo de rearranjo com outras neuraminidases, e novos subtipos como H5N2, H5N6 e H5N8 emergiram. “Esta hemaglutinina já vem causando infecções esporádicas em humanos ao longo dos anos pelos subtipos H5N1, H5N6 e agora H5N8. O último relato da infecção por um H5N1 e H5N6 ocorreu no Laos [país localizado no sudeste asiático] em 28 de outubro de 2020 e em 28 de fevereiro de 2021, respectivamente”, relata a especialista da USP.

Confira a entrevista completa na edição 1308 da Revista Avicultura Industrial