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Consumidor deve ficar atento com fraudes em alimentos de origem animal

No Dia Mundial do Consumidor, 15 de março, os Médicos Veterinários fazem um alerta sobre os perigos das fraudes em alimentos de origem animal. Vale lembrar que cerca de 60% dos patógenos e 75% das enfermidades emergentes humanas são de origem animal, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Consumidor deve ficar atento com fraudes em alimentos de origem animal

O Brasil é um dos principais produtores mundiais de alimentos. Em 10 anos a demanda mundial por alimentos deve crescer 20% e, com o atual ritmo de crescimento, nosso país deve ser responsável por 40% da produção mundial de alimentos em 2050. No Dia Mundial do Consumidor, 15 de março, os Médicos Veterinários fazem um alerta sobre os perigos das fraudes em alimentos de origem animal. Vale lembrar que cerca de 60% dos patógenos e 75% das enfermidades emergentes humanas são de origem animal, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O papel da indústria de alimentos é focar na qualidade dos processos e produtos com implantação e monitoramento de programas visando assegurar a qualidade higiênico-sanitária de seus produtos. O Estado, através de seus órgãos de regulação e fiscalização, deve avaliar a implantação e a execução dos programas de autocontrole para que os alimentos cheguem inócuos à saúde pública, ou seja, à mesa do consumidor.

Infelizmente, devido ao baixo efetivo de servidores nos órgãos de regulação, algumas indústrias e pessoas fraudam alimentos para auferir mais lucros com as vendas. Entre os produtos mais fraudados estão: leite, pescado, carnes (bovinas, suínas e aves) e também o mel.

Nas carnes, as aves e embutidos (linguiças, mortadelas, presuntos, salsichas) são os que mais sofrem fraudes. Neste caso ocorre principalmente a injeção de água/salmoura acima do limite permitido, adição de conservantes em excesso, adição de gelo em embalagens e introdução de carne mecanicamente separada (CMS) em produtos não permitidos, como as linguiças frescais. Nas carnes bovinas temos as fraudes da divergência dos cortes e acréscimo de cortes não declarados, muito comuns em picanhas. Recentemente houve casos de abusos com a aplicação de líquidos em carne bovina in natura. O peso aumentava em até 30% com a adição de líquidos. Esta fraude culminou na Operação Vaca Atolada da Polícia Federal, que prendeu várias pessoas em Belo Horizonte-MG (2012) e Porto Alegre-RS (2013).

No caso dos méis, sua adulteração é clássica e muitas vezes caseira. Os méis falsos e adulterados podem se passar por verdadeiros facilmente por possuírem características visuais muito homogêneas e, portanto, fáceis de imitar. Depois da adição de melado de cana, por exemplo, é muito difícil dizer quais são puros e quais não são, quando vistos das prateleiras.

De tempos em tempos somos surpreendidos com fraudes em alimentos noticiadas em veículos de comunicação. Algumas resultam em operações envolvendo polícias, órgãos de fiscalização e o Ministério Público. Tais fraudes devem ser combatidas, porque além de causarem prejuízo econômico, podem trazer sérios riscos à saúde do consumidor. Sabendo de casos como estes, ou suspeitas, o consumidor goiano deve comunicar os fatos à Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), Ministério da Agricultura (Mapa), Polícia Federal, Polícia Civil, Ministério Público ou Procon.

*Fonte: Méd. Vet. Saulo Fernandes Mano de Carvalho (CRMV-GO 2409) é Médico Veterinário do Departamento de Polícia Federal e Doutor em Ciência Animal pela Escola de Veterinária e Zootecnia da UFG.