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Economia

Consumo de carne de frango cresce durante a pandemia

Neste mês em que se celebra o Dia Mundial do Frango (10/05), o CRMV-SP ressalta a relevância da Avicultura nacional para os mercados interno e externo

Consumo de carne de frango cresce durante a pandemia

Enquanto o consumo de carne bovina teve redução, o frango ganhou espaço na mesa das famílias brasileiras durante a pandemia. Em média, cada brasileiro consumiu 45,27 quilos de carne de frango no último ano, quase três quilos a mais do que em 2019 (Relatório ABPA/2021). Entre os fatores que contribuem para o alto consumo deste alimento no País estão a disponibilidade, o custo-benefício, a facilidade e versatilidade de preparo, assim como sua qualidade nutricional.

Para o médico-veterinário Ricardo Moreira Calil, presidente da Comissão Técnica de Alimentos do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), a produção de carne de frango no Brasil é bastante significativa, tanto em relação à oferta de alimentos para a população, quanto às oportunidades geradas no campo. 

“O grande salto na produtividade aliado à qualidade nutricional da carne de frango — considerada pelos consumidores mais saudável em comparação com a suína e a bovina — alavancaram o consumo per capita deste alimento ao longo dos anos”, avalia Calil.

A zootecnista Paola Rueda, que integra a Comissão Técnica de Bem-estar Animal do CRMV-SP, explica que a carne de frango é rica em vitaminas, minerais e proteína com baixa gordura saturada, pois a gordura se concentra na pele e pode facilmente ser retirada.

“Quando o frango é criado em sistemas com altos níveis de bem-estar, é ainda melhor a qualidade organoléptica, ou seja, as características percebidas pelos sentidos humanos. Além disso, na crise financeira é uma opção mais barata de proteína”, analisa Paola.

Impactos do frango na economia

Por trás desse importante alimento presente na dieta das famílias, há um grande setor que gera emprego e renda para o Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o setor emprega, direta e indiretamente, 3,5 milhões de trabalhadores. São mais de 100 mil produtores integrados e independentes em todo o País.

A alta produtividade e os avanços tecnológicos da cadeia produtiva fizeram com o que o Brasil atingisse o posto de maior exportador mundial de carne de frango, conquistando até os mercados mais exigentes em relação à qualidade e à segurança sanitária dos produtos. 

Em 2021, a produção brasileira de carne de frango poderá alcançar até 14,5 milhões de toneladas. As exportações devem chegar a 4,35 milhões de toneladas, superando em até 3,6% o total exportado pelo Brasil em 2020. 

De acordo com a zootecnista Paola Rueda, é provável que, com a melhora no cenário da pandemia nos países importadores, as exportações brasileiras aumentem ainda mais. 

Para manter o bom desempenho no mercado externo, Paola reforça a necessidade de o País continuar atento às exigências dos consumidores, principalmente quanto à sanidade e ao bem-estar animal. “Se continuarmos focando nesses pontos, poderemos nos manter competitivos a médio e longo prazo nos diferentes mercados”, avalia. 

Calil comenta, ainda, que o aumento no consumo da carne de frango não é observado só no Brasil, mas em muitos outros países. “Isso indica que este tipo de alimento deverá seguir em alta nos próximos anos, contribuindo para melhorar a vida do produtor no campo e servindo como uma opção saudável na dieta da população”, conclui o médico-veterinário.