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Cooperativas investem para crescer

Investimentos são para aumentar a produção de milho, soja e de produtos com valor agregado.

Da Redação 11/12/2002 – Depois de registrar desempenho recorde em 2001, as principais cooperativas agropecuárias devem encerrar este ano com resultados ainda superiores. O maior volume de grãos recebido e a alta dos preços explicam boa parte da melhora, que, em alguns casos, superou 40%. “Deveremos ter o melhor ano da história”, diz José Walter Vilela de Lima, superintendente comercial da Cooperativa Mista dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), que recebeu o recorde de 460 mil toneladas de soja e espera receita superior a R$ 500 milhões, ante aproximadamente R$ 385 milhões em 2001.

A alta da soja em Chicago nos últimos meses, devido à quebra da safra dos EUA, foi um fator fundamental para o crescimento, considera Roberto Petrauskas, superintendente comercial da Cooperativa Agropecuária Mourãoense (Coamo). Os ganhos tiveram dimensão extra com a desvalorização do câmbio.

O crescimento da produção brasileira de soja chegou a 7%, fazendo com que aumentassem os volumes negociados pelas cooperativas. Em outros produtos, como milho e trigo, a oferta caiu, o que acabou por incrementar os preços internos, diz Flávio Turra, da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).

A entidade prevê que o faturamento das cooperativas agropecuárias no Paraná totalize R$ 6,9 bilhões – 25% superior ao ano de 2001, quando a receita já havia subido 20% ante o período anterior.

Valor agregado
– Os produtos de maior valor agregado também impulsionaram os resultados da Coopervale, de Palotina, que cresceu principalmente na carne de frango. “Ampliamos tanto as exportações (iniciadas em 2001) quanto as vendas no mercado interno, com a nossa marca”, diz o presidente, Alfredo Lang. A receita este ano deve atingir R$ 812 milhões, 42% mais que em 2001. “Em apenas dois anos, nosso faturamento dobrou”, comemora Lang, que aplicará R$ 60 milhões em 2003 para duplicar a capacidade do abatedouro de aves.

Também a Cooperativa Agrícola de Orlândia (Carol) se animou a tirar projetos da gaveta. A cooperativa deve aplicar R$ 9,5 milhões na duplicação de sua esmagadora de soja em São Joaquim da Barra (SP), para 800 toneladas/dia, e outros R$ 7,5 milhões em uma nova unidade de sementes, em Pedrinópolis (MG).

O crescimento da safra de grãos no Brasil leva as cooperativas a trabalhem com um cenário favorável também para próximo ano, lembra Dilvo Grolli, presidente da Coopavel, de Cascavel. Este ano, o faturamento da cooperativa ficou em R$ 510 milhões – 30% superior ao de 2001 – com aumento de 25% nos volumes recebidos. Para 2003, Grolli prevê crescer mais 10%.

“A oferta de milho deve seguir justa e os preços da soja, suscetíveis ao clima no Brasil. Então, podemos prever ambiente semelhante se houver estabilidade econômica”, prevê Vilela, da Comigo. A Cocamar também aposta em crescimento e já fala em receita de R$ 850 milhões em 2003.