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Desafio é descobrir o que está por trás dos casos humanos de Influenza Aviária

<p>A possibilidade de uma transmissão homem-a-homem no caso das sete pessoas que morrem vitímas da Influenza Aviária em um lugarejo de Sumatra.</p>

Redação (29/05/06) – Embora não afaste a possibilidade de uma transmissão homem-a-homem no caso das sete pessoas de uma mesma família que morreram vitimas da Influenza Aviária em um lugarejo de Sumatra, na Indonésia, a OMS Organização Mundial de Saúde anunciou, na semana passada, que continua em busca de outras possíveis fontes de infecção.

De outro lado, a FAO Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação informou que está trabalhando muito intimamente com os serviços veterinários regionais e nacionais da Indonésia. No trabalho conjunto, pesquisa-se o status sanitário dos animais criados localmente, na tentativa de descobrir se esse status facilitou a ocorrência do surto que vitimou apenas parentes diretos, não afetando, por exemplo, os cônjuges das pessoas mortas.
Conforme a FAO, atuando em conjunto no campo e em laboratórios de diagnóstico, as equipes do Ministério da Agricultura da Indonésia e dos serviços veterinários da própria FAO não conseguiram detectar a presença do vírus da Influenza Aviária nos animais criados em torno do local onde ocorreram os casos humanos fatais.

Submetida a exames laboratoriais, nenhuma das amostras coletadas principalmente de galináceos, patos, suínos e de excrementos apresentou sinais claros da presença do vírus. Houve, sim, detecção de anticorpos em galináceos e patos, porém em baixa proporção. Mas isso parece estar relacionado à reconhecida circulação do vírus por todo o norte da Indonésia entre o final de 2005 e o início de 2006. Como pode ocorrer, também, que os anticorpos resultem de vacinação.

A informação de que alguns suínos criados nas proximidades do lugarejo afetado apresentaram positividade aos anticorpos da Influenza Aviária aumentou ainda mais as preocupações, pois isto significaria a inclusão de um novo agente na cadeia disseminadora da doença pior ainda na medida em que esse novo agente seria um mamífero, o que abriria ainda mais a possibilidade de transmissão entre mamíferos. No entanto, todas as evidências disponíveis indicam que os suínos não desempenham qualquer papel na transmissão da corrente cepa de H5N1.

Segundo a FAO, o exame sorológico de suínos é difícil e os resultados precisam ser confirmados por testes adicionais em laboratórios de referência. Só a partir daí é que se poderá confirmar a positividade ou não dos suínos aos anticorpos da Influenza Aviária. No momento, amostras do soro suíno coletado em Sumatra estão sendo remetidas para o laboratório internacional de referência da FAO e da OIE na Inglaterra (Waybridge), onde serão submetidas a vários e mais detalhados testes. Assim, um posicionamento efetivo só será possível quando os resultados desses testes ficarem prontos.

Ainda assim, nas palavras da FAO, não há por ora motivos para suspeitar que o H5N1 esteja contaminando seres humanos com mais facilidade do que antes ou que o caso indonésio represente o início de um (temido) ciclo de infecção entre humanos.