Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Arábia Saudita

Descredenciamento de frigoríficos teve motivos técnicos, afirma Câmara de Comércio Árabe

Entidade afirma que situação é reversível, uma vez que as irregularidades apontadas pela autoridade sanitária saudita forem sanadas

Descredenciamento de frigoríficos teve motivos técnicos, afirma Câmara de Comércio Árabe

Os motivos alegados para o descredenciamento de 33 frigoríficos brasileiros exportadores de frango halal foram técnicos, de acordo com a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. A entidade negou que a medida esteja relacionada com a possível mudança da embaixada do Brasil de Tel Aviv, em Israel, para Jerusalém, o que desagradaria aos países árabes.

Desde a operação Carne Fraca, segundo a Câmara de Comércio, as inspeções técnicas aos frigoríficos brasileiros têm sido mais frequentes. “No ano passado, o Saudi Food & Drug Authority (SFDA) ficou um mês no Brasil em setembro e outubro visitando centenas de plantas frigoríficas bovinas e de aves”, informou ao portal Avicultura Industrial.

Antes dessa visita, o SFDA esteve outras duas vezes no Brasil. Diante disso, na segunda-feira (21), como resultado da missão sanitária mais recente, o SFDA divulgou que a maior parte das plantas atualmente habilitadas a exportar tiveram suas habilitações revogadas. “No caso das aves, tínhamos 58 plantas habilitadas, das quais apenas 30 de fato exportavam”. Com a desabilitação de 33 unidades, apenas 25 continuam aptas a vender frango para o país no momento.

De acordo com a Câmara de Comércio, as que restaram são grandes plantas frigoríficas responsáveis por um “volume considerável” de exportação ao bloco árabe. A entidade afirma que a situação, no entanto, é reversível, uma vez que as irregularidades apontadas pela autoridade sanitária saudita forem sanadas e uma nova missão sanitária do órgão for realizada. “Nas próximas semanas, aproveitando uma visita já marcada anteriormente à Arábia Saudita, vamos levar a questão às autoridades de lá. Também discutiremos o assunto na semana que vem com a ministra Tereza Cristina”, informou.

Outros países

A Avicultura Industrial questionou o órgão se medidas semelhantes poderiam ser adotadas pelos demais países que compõem a Liga Árabe. Conforme a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, isso vai depender do cenário existente em cada país em relação à segurança alimentar da população. Além disso, da capacidade interna de produzir alimentos ou externa, já que muitos fundos soberanos árabes têm participações em empresas de alimentos de todo o mundo. “Uma das formas pelas quais esses países – carentes de solos aráveis – garantem o fornecimento de alimentos a sua população”, ressaltou.

“No caso da Arábia Saudita, temos notado que eles tem se esforçado para desenvolver sua indústria alimentícia interna e seus fundos soberanos atuando de forma expressiva para expandir capacidade produtiva”, informou a Câmara. Segundo a entidade, o frango continua sendo extremamente importante na pauta de comércio do Brasil com o mundo árabe. O produto, sozinho, é o segundo item da pauta, correspondendo a aproximadamente a um quinto de toda receita obtida com as exportações.