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Destaques do Fórum Científico Internacional

Redação AI (Edição 1119/2004) – A 5a. edição do International Poultry Scientific Forum trouxe alguns temas de interesse contemporâneo à comunidade avícola. Ariel Antonio Mendes, da UBA, acompanhou algumas dessas palestras e destacou para a avicultura brasileira as apresentações sobre a retirada de antimicrobianos na alimentação de frangos de corte, temas ligados ao meio ambiente como a utilização da cama de aves como adubo orgânico, trabalhos que abordaram a questão da redução de amônia nos galpões e a utilização de probióticos na avicultura de corte. “Também merecem destaque os trabalhos relacionados à insalubridade nas granjas avícolas. Nos EUA, os juízes estão dando ganho de causa aos trabalhadores da avicultura por conta da intoxicação por amônia”, revela Ariel Mendes. Veja a seguir o resumo de algumas apresentações do 5o. Fórum Científico Internacional de Avicultura.

Emissão de amônia e níveis de amônia e dióxido de carbono em sistemas exaustores de galpões de frangos de corte
A.J. Pescatore, K. D. Casey, J. Bicudo, M. J. Ford – Universidade de Kentucky
H. Xin – Universidade Estadual de Iowa
E. F. Wheeler – Universidade Estadual de Penn

A emissão de gases nos aviários de frangos de corte é assunto que vem gerando grande preocupação. No intuito de pesquisar os efeitos da proliferação de gases na criação de frangos comerciais, os autores escolheram um sítio localizado no oeste do estado americano de Kentucky para realizar o estudo.

A propriedade mantinha quatro aviários, de 12,2 m por 152,5 m cada, e abrigando de 20 mil a 25 mil frangos. Dessa forma, a densidade populacional dos frangos em cada aviário era de 13,44 aves por metro quadrado, quando a população total alcançava 25 mil aves, e densidade de 10,75 aves por metro quadrado, com uma população de 20 mil.

Contato direto entre empresas e clientes de todo o mundo

A emissão de amônia nestes aviários foi calculada sobre três grupos de aves entre os meses de novembro e junho. As camas dos aviários foram reutilizadas e representaram o segundo, o terceiro e o quarto lotes de aves.

Os níveis de amônia nos galpões foram avaliados por um aparelho de medição portátil. Já os índices de dióxido de carbono foram mensurados com um sensor de CO2  (Vaisala Modelo GMT222) numa escala de 0 a 5000 ppm. Cada aviário foi equipado com o número de aparelhos necessários para medir todo o ar interno, desde o gerado pelos ventiladores. Os índices de amônia e de dióxido de carbono formam analisados por um período de 48 horas, com intervalos de duas a três semanas entre uma medição e outra. A capacidade dos exaustores de cada aviário foi medida por um sistema próprio (Fan Assessment Numeration System).

Com os testes, foi possível observar que os níveis de amônia com os sistemas de exaustores variaram entre 2 ppm (mínimo) e 73 ppm (máximo). Quanto ao dióxido de carbono, os índices variaram entre 300 ppm e 5000 ppm. Vale ressaltar que 5000 ppm era a capacidade máxima que o sensor utilizado indicava para o dióxido de carbono, sugerindo, então, a probabilidade de este nível ter atingido índices maiores.

As taxas de emissão de amônia foram representativas e graduais de acordo com a idade da ave. Até dos 10 dias de idade, observou-se uma liberação média de amônia por ave de 0,36 a 0,57g/ave/dia. Entre o 15o. e o 30o. dia de vida, o índice foi de 0,02 a 0,27 g/ave/dia em dois grupos analisados e 0,68 a 0,97 g/ave/dia no terceiro grupo. Já entre as aves de 30 a 42 dias de idade o índice obtido foi de 0,32 a 1,71g /ave/dia. Entre os frango mais velhos, com idade superior a 48 dias, a taxa registrada foi de 0,71 a 2,34 g/ave/dia. Este nível foi equivalente à emissão diária de amônia de 442 gramas para cada 500 quilos de peso da ave viva.

Emissão de amônia em galpões de frangos de corte
L. Carr – Universidade de Maryland
J. Meisinger – USDA/ARS
J. Harter-Dennis – Universidade de Maryland Eastern Shore
J. Sculark – Universidade de Delaware

O objetivo desta pesquisa foi o de quantificar a emissão de amônia nos aviários de frangos de corte sob as típicas condições ambientais da região do Atlântico Central e chegar a um programa de manejo que reduzisse a emissão do gás nos galpões.

O Georgia World Congress Center recebeu mais de 420 mil quadrados de área para exposição em projeto de ampliação concluído em 2003

Este estudo foi conduzido em seis salas independentes, sem janelas, no Poultry Research Center,  da University of Maryland Eastern Shore. Cada sala tinha uma área de 35 metros quadrados, com 500 pintinhos de ambos os sexos em cada uma, e que ficaram alojados por 42 dias. A salas foram equipadas com comedouros automáticos e bebedouros do tipo nipple, para se assemelharem às condições normais de criação em um galpão de frangos comerciais. A ventilação era produzida por dois ventiladores: um que funcionava constantemente e o outro que era acionado por um termostato pré-determinado pela idade da ave.

Cada sala foi implementada com dois sistemas proporcionais de fluxo de ar suspensos e um medidor para mensurar o fluxo de ar nos tubos. Estas foram as chamadas salas controle. Nas salas em que o experimento utilizou cama acidificada, junto aos equipamentos de ventilação foram acoplados sistemas acidificantes (acid scrubbers).

Dados preliminares mostraram que a emissão de amônia na sala controle foi de 10 a 20 gramas por ave ao final do período de 42 dias. Já as salas com o processo de acidificação apresentaram reduções entre 20% e 50% na emissão de amônia.

Impacto dos sanitizantes e cleaners sobre pseudomonas na água de bebida das aves.
S. E. Watkins, R. Hubbard, M. L. Wilson e L. Newberry – Universdidade de Arkansas

Empresas de todo os segmentos da indústria avícola participam da exposição

Quatro sistemas de bebedouros nipple foram equipados com reguladores e bloqueadores de fluxo com 400 ml de cultura de pseudomonas. As culturas foram deixadas nos bebedouros por cinco dias. Após este período, o sistema de distribuição de água e os bebedouros foram limpos com ácido cítrico, solução de peróxido de hidrogênio a 50%, bisulfato de sódio, hipoclorito de sódio a 12,5% e uma substância baseada em dióxido de chlorine. Todos os produtos foram aplicados em três linhas diferentes, ficando uma sem o tratamento. Amostras de água foram coletadas de cada linha após a limpeza (pré-tratamento). Na sequência, os pesquisadores adicionaram em todas as linhas uma mistura de cleaners com a água drenada de cada linha.

Outras amostras de água foram coletas duas horas após o tratamento e 24 horas após o tratamento. Todas as linhas de distribuição de água pré-tratadas continham níveis parecidos de pseudomonas aos da cultura (400 ml) inicialmente aplicadas nos bebedouros. Apenas a linha controle apresentou níveis significantes de pseudomonas. Nas linhas tratadas, não foram encontrados pseudomonas após duas e 24 horas da aplicação dos produtos.

Segurança Alimentar
Em maio de 2002, o USDA, Ministério da Agricultura dos Estados Unidos, publicou o Guia de Segurança para Processadores de Alimentos, para auxiliar a inspeção federal e a estadual na fiscalização de empresas processadoras de carnes, frangos e ovos, com o objetivo de incrementar o processamento produção de alimentos seguros. No entanto, o USDA, junto ao Food and Drug Administration (FDA), verificaram a necessidade de criar um guia de segurança à empresas que fazem o transporte e a estocagem desses alimentos. Dessa forma, foi criado o Guia de Segurança Alimentar para o Transporte e Distribuição de Produtos Cárneos e de Ovos. De acordo com Andrea Mcnally, relações públicas do escritório de Serviço de Segurança Alimentar e Inspeção do USDA, este segundo guia foi elaborado para atender pequenas empresas e armazéns que estocam estes produtos. “O guia traz uma lista de medidas para segurança, que devem ser aplicadas nas unidades como forma de prevenir a contaminação dos produtos à base de carnes e ovos durante o carregamento, descarragamento, transporte e distribuição”, explica. “A nossa proposta com esse guia é a de incentivar os armazéns, os transportadores e os distribuidores a desenvolver ações de controle para não comprometer a qualidade e a segurança desses produtos após a sua saída da planta processadora até os pontos de venda. Estas medidas de controle são necessárias para proteger os produtos de contaminações intencionais e não intencionais”. Outras informações sobre o guia:
www.fsis.usda.gov

*Agradecimentos ao escritório do USDA em São Paulo, especialmente à Irene Marchetti