Diluentes, tão importantes quanto as vacinas - por Eva Hunka
Eva Hunka
Eva Hunka é Medica Veterinária e Mestre em Medicina Veterinária Preventiva.
Quando olhamos no dicionário, encontramos uma definição muito simplista da palavra “Diluente”, “que dilui”. Esta definição é muito pobre quando o assunto é diluente vacinal, pois este pode ter inúmeras composições dependendo da finalidade e do tipo de vacina envolvido.
O Diluente pode ser simples, como água destilada, ou ter uma composição complexa que preserva as propriedades da vacina que será utilizada naquele momento. Na verdade é parte importante da solução vacinal e indispensável para a eficiência do produto biológico.
Em avicultura, um diluente muito utilizado é a água destilada, ela é usada para aplicação (pulverização) das vacinas respiratórias, tanto no incubatório, quanto nas granjas. Durante muito tempo, esta vacinação foi feita com uma solução tamponada que tinha o propilenoglicol como base, esta solução prolongava o tempo de suspensão das partículas vacinais, além de uniformizar o tamanho das mesmas. Como os novos equipamentos e a técnica da “gota grossa” este diluente vem sendo substituído com sucesso pela água destilada.
Nestes casos, as vacinas possuem vírus livres na sua composição, e por isso o uso da água destilada como diluente não traz nenhum prejuízo à qualidade da vacinação. Já nos casos de vírus associado à célula, como nas vacinas congeladas contra Marek, os diluentes são mais elaborados com diferentes componentes que preservam estas células, além de indicadores de pH que indicam possíveis contaminações.
Estes diluentes têm a coloração vermelho alaranjada, devido a adição do Vermelho de Fenol, um indicador de pH. Os vírus vacinais apresentam atividade ideal próximo ao pH neutro (entre 7,0 e 7,4), a acidificação do meio, quer seja por proliferação bacteriana ou pela adição de alguns antibióticos à solução, interfere diretamente na eficiência da vacina em uso, então este diluente deve ser descartado quando há diferença na coloração padrão. No caso de contaminação bacteriana, ainda podemos observar sedimentos ou turbidez, sem alteração do pH, e nestes casos, o diluente também deve ser descartado.
Tão importante quanto o pH é a osmolaridade. Meios hipertônicos ou hipotônicos estimulam a passagem de fluidos através da membrana celular, provocando a sua ruptura e perda da atividade do vírus, portanto, eventuais produtos adicionados ao diluente como corantes e outras vacinas, não devem interferir sua isotonicidade.
Os diluentes devem ser armazenados à temperatura ambiente, em local limpo, arejado e ao abrigo da luz e, caso haja alteração na coloração, mesmo após a diluição da vacina, este não deve ser utilizado.
Diluentes são parte importante da solução vacinal e garantia de qualidade no processo de vacinação.
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