Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Empresário dá a volta por cima ao criar indústria de repelentes ecológicos

A necessidade de amenizar a presença de pombas e moscas em sua residência, aguçou a criatividade de um economista desempregado. Hoje, seus repelentes atóxicos começam a ser comercializados também no exterior.

Da Redação 12/06/2001 10:18 – Aos 54 anos, o empresário e economista Francisco Mascaro enfrentou o pior momento de sua vida. Dono de uma próspera empresa de engenharia civil, ele viu seus sonhos desmoronarem, quando, da noite para o dia, em março de 1990, foi anunciado o confisco das cadernetas de poupança no Plano Collor.

Dono de várias propriedades e carros importados, Mascaro não teve outra alternativa senão se desfazer de parte de seus bens. O sofrimento e a preocupação em manter a família em boas condições foram tão grandes que Mascaro acabou sofrendo um enfarte, em 1994. O problema de saúde o deixou à beira da morte. “Sabia que na minha idade encontrar um emprego seria uma tarefa impossível. Acabei perdendo as forças e por pouco não morri”, revela Mascaro que ainda se emociona ao se lembrar daquele momento.

Em 1995, quando ainda se recuperava, Mascaro começou a se preocupar em resolver um problema que atrapalhava diariamente a sua esposa, D. Regina. Preocupada em manter o quintal limpo, ela não se conformava em ver diariamente os pombos instalados na porta de casa, sujando as escadas e colocando em risco a saúde da família.

Ao procurar um repelente de pombo que fosse atóxico, Mascaro descobriu que no Brasil não existia esse tipo de produto. Durante oito meses, Francisco, empenhado em descobrir uma solução para o problema, estudou os produtos existentes no mercado e a reação das aves à aplicação dos produtos. A partir daí, elaborou um repelente, sem qualquer composição química, que apresentou um efeito rápido e muito eficiente no controle das aves.

Novo produto – O sucesso do repelente no controle das aves foi tão grande que Francisco teve uma idéia: produziu vinte litros do produto, o qual ele denominou Kit Bye Bird, e colocou um anúncio no jornal. O resultado não poderia ter sido melhor. Em três dias, os 20 litros estavam vendidos e o telefone não parava de tocar. A aceitação do produto pelos consumidores e a grande procura fizeram que Francisco se dedicasse a encontrar outras alternativas ecológicas para o controle de insetos e aves.

As moscas que também incomodavam sua casa foi o próximo alvo. Buscando uma solução definitiva para o problema, Mascaro criou uma armadilha de mosca, parecida com uma pequena gaiola. O protótipo da armadilha foi logo aprovado pelos usuários. O problema é que Mascaro sabia que teria de encontrar um produto eficiente que atraísse às moscas até o local. Em busca da elaboração de uma fórmula sem química e sem hormônios, composição encontrada geralmente nos produtos disponíveis no mercado, Mascaro teve a idéia de criar um produto que tivesse um cheiro similar às fezes dos animais, alvo constante das moscas.

Foram vários meses de pesquisa. Pesquisas que fizeram com que o empresário recebesse vários apelidos por conta de sua busca. Mas, Mascaro não se importou. Em oito meses, ele encontrou a solução. O empresário conseguiu desenvolver o SOA – Substrato Orgânico de Atração, que, de forma atóxica, reproduz o cheiro que tanto atrai as moscas sem incomodar as pessoas.

Hoje, o produto chamado de “Chupa-moscas” já é conhecido em todo o Brasil. O sucesso e a eficiência do produto são tão grandes que a empresa de Francisco Mascaro, a MRZM, que fabrica os produtos, começa nos próximos meses a exportar os repelentes para países como Israel, Argentina e China. Neste último, segundo Francisco, o interesse pelos produtos da empresa se concentra principalmente na aquisição do Bye Bird, o produto repelente de pombos. Francisco conta que os órgãos públicos da China estão preocupados com a grande deterioração das estátuas de Buda que existem no país. Por conta disso, o produto deverá ser usado sobre as estátuas para protegê-las.

Além dos repelentes de pombos e de insetos, a empresa MRZM de Francisco Mascaro hoje produz e comercializa uma série de produtos repelentes que se destacam pela atoxidade, por serem ecológicos e não causarem problemas ao meio ambiente e para as pessoas que utilizam os produtos. Onze anos após o confisco, Francisco acredita, que mesmo depois de tanto sofrimento, valeu a pena! ” Deus me deu uma outra oportunidade e eu a agarrei com unhas e dentes. Se minha empresa hoje consegue resolver os problemas de insetos e aves, de uma forma natural, e empregar vários funcionários é porque a ajuda divina me permitiu”, revela Francisco que planeja, para os próximos meses, fazer novos lançamentos ecológicos