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Estimativa da safra 2021 não deve mais voltar a ser recorde

O resultado retira o selo de recorde histórico da safra 2021, status que não deve mais ser recuperado neste ano

Estimativa da safra 2021 não deve mais voltar a ser recorde

A falta de chuvas e as geadas afetaram as principais regiões produtoras do País e reduziram a estimativa para a safra brasileira de 2021 para 251,7 milhões de toneladas, 1% abaixo do desempenho do ano passado. O resultado retira o selo de recorde histórico da safra 2021, status que não deve mais ser recuperado neste ano, diz Carlos Alfredo Guedes, gerente da Coordenação de Agropecuária do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“São cinco meses consecutivos de redução da estimativa da safra. São perdas consolidadas, não tem mais como recuperar isso [um volume recorde de produção]. O que pode ocorrer nas próximas revisões é, na verdade, termos perdas um pouco maiores no milho”, disse Guedes, ao comentar o resultado do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de agosto, divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em agosto, o IBGE reduziu para 83,7 milhões de toneladas a expectativa para a safra de milho, 15,5% abaixo do desempenho do ano passado. Além do milho, a produção de sorgo deve recuar para 2,4 milhões de toneladas, 13,8% menor que a do ano passado. Ambos os grãos, que ficaram mais caros, são usados na composição da ração de suínos e aves, pressionando o custo dos produtores brasileiros nos últimos meses.

“O custo dos produtores de carne já está bastante pressionado. O milho representa 70% dos componentes da ração de suínos e aves e já vinha com preço elevado. O que poderia amenizar um pouco o preço seria uma safra muito boa, o que não aconteceu”, disse Guedes. “O País já vem buscando importar um pouco de milho de mercados vizinhos, inclusive por uma questão de preço, mais até do que quantidade.”

As expectativas agora se voltam para os cereais de inverno, especialmente o trigo. A estimativa da produção do trigo foi de 8,2 milhões de toneladas, 31,8% maior em relação a 2020. O rendimento médio deve aumentar 16,5%. Segundo Guedes, produtores começaram a colheita no Paraná, mas a principal colheita será no fim do ano no Rio Grande do Sul, maior produtor nacional. O clima será essencial para a colheita. “Na época da colheita, o trigo, às vezes, sofre com excesso de chuva. Não pode chover muito”, disse.