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Exportação e sustentação

Por Coriolano Xavier, membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e Professor da ESPM

Exportação e sustentação

Saíram os números das exportações do agro em 2019, confirmando a liderança e papel estratégico do setor no total das vendas externas brasileiras: 96,8 bilhões de dólares, representando 43,2% das exportações brasileiras totais. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do MAPA e mostram que o valor diminuiu 4,3% em relação a 2018, reflexo do recuo de 6,9% no índice de preço das exportações. Em parte, o aumento nas quantidades exportadas compensou esse emagrecimento dos preços, cujo maior impacto se deu na soja, líder nas vendas.

Vale um destaque para o milho: safra de 100 milhões de toneladas e um excedente exportável de 20 milhões de toneladas, que praticamente dobrou as vendas do grão ao exterior, com aumento de 88,5% em volume e 87,5% em valor, comparativamente a 2018. O cereal é estrela ascendente nas exportações, puxado pelo vigor da produção animal, e ainda começa a receber impulso via etanol de milho: no final do ano, ocorreu a primeira exportação de DDG de milho, subproduto da fabricação de etanol, utilizado em nutrição animal.

Outros destaques das vendas externas foram a carne e o algodão, com avanços de 12,5% e 56,8%, respectivamente. Mas é de um olhar histórico que vem um dado muito significativo sobre a importância estratégica de nossas exportações agropecuárias: voltando no tempo dez anos, observa-se que em 2009 as vendas externas do agro totalizavam 64,7 bilhões de dólares, crescendo 50% de lá para cá. Um fôlego e tanto para nossa economia, que derrapou ou deu ré em boa parte da década.

O movimento ascendente das vendas externas do agro tende a continuar, seja pela eficiência e competitividade da nossa matriz produtiva do campo, seja pelos cenários da demanda mundial de alimentos, mesmo com norte-americanos e chineses catimbando o jogo. No jeito caipira e simples de se dizer, é só garantir o crédito, fazer estrada e botar dinheiro no seguro. Crédito para dar sustentação à produção e renda do produtor, e foco em infraestrutura e logística para pelo menos reduzir bem o débito que o país tem com os agricultores, nessa área.

Já o seguro envolve dimensões de política agrícola, de organização do mercado securitário e até culturais. Hoje o mercado já dispõe de produtos modernos nessa área, mas a penetração do seguro ainda é pequena: dos 63 milhões de ha cultivados (2018/2019), a subvenção do seguro rural cobriu perto de 10% apenas. Para a safra atual a subvenção prevê cobertura de 15 milhões de ha. E a modernidade securitária demanda ênfase ampliada à renda do produtor, aos fatores de produção e à logística, por exemplo. Nosso principal competidor, Estados Unidos, faz isso desde os anos 1990. Hora de batermos essa bola também, pois a causa é nobre: exportação sustentável.

 

 

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