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Nutrição

Fatores que afetam a fertilidade de galos de matrizes pesadas

Genética, alimentação, idade, qualidade da cama, proporção entre machos e fêmeas e spinking são algumas das variáveis que têm influência na eficiência reprodutiva dos galos. O tema foi levantado na edição da Avicultura Industrial em 2012

AviculturaO potencial reprodutivo de machos e fêmeas é influenciado por diversos fatores, tais como: genética, curva de crescimento, qualidade e composição da ração, qualidade do sêmen, proporção entre machos e fêmeas, peso e tamanho das aves, programas de spiking, programas de luz e idade. Já a fertilidade do galo depende de um adequado desenvolvimento testicular, de boa qualidade espermática e da eficiência na cópula.

O impacto do macho na fertilidade do plantel é cerca de dez vezes maior do que o impacto da fêmea, já que é esta a proporção entre machos e fêmeas usualmente utilizada. Desta forma ao considerar a produção de 194 ovos por ave alojada, um macho seria responsável pela fertilização de 1940 ovos.

De acordo com os manuais das linhagens, o número de machos para manter a fertilidade em níveis ótimos é de 10% a 11% em relação ao número de fêmeas no início da postura, podendo ser gradualmente reduzido para 7% e 8% até o fim do período produtivo. A redução é determinada principalmente pela eliminação de machos inativos ou incapazes de realizar a cópula de modo eficiente.

As matrizes pesadas apresentam um declínio da fertilidade a partir de 40 semanas de idade. Como medidas adotadas para minimizar as perdas com o passar da idade dos reprodutores, pode-se citar a retirada de galos muito pesados e muito leves, galos com problemas físicos, ou ainda a substituição de galos velhos por novos (spiking) ou por galos de mesma idade (intra-spiking). No entanto, são escassas as pesquisas que demonstram os benefícios dos manejos do spiking ou do intra-spiking.

Sistema reprodutivo do galo

O sistema reprodutor do galo apresenta algumas peculiaridades que os diferem dos mamíferos. Os testículos dos galos estão localizados dentro da cavidade abdominal, expostos a temperaturas de 41°C a 43°C, envolvidos pela túnica albugínea. Segundo Rutz et al. (2005), a hipótese que explica a espermatogênese nestas temperaturas é o resfriamento dos testículos por meio dos sacos aéreos abdominais.

Os túbulos seminíferos se ramificam dentro da túnica albugínea e são responsáveis pela produção espermática. Estes são compostos por uma camada simples de células de Sertoli e espermatogônias em galos imaturos e por um epitélio germinativo de múltiplas camadas em galos adultos. As células de Sertoli agem como auxiliares ao desenvolvimento espermático, provendo um microambiente protegido às espermatogônias. No espaço intersticial estão as células de Leydig, secretoras de vários andrógenos, principalmente a testosterona. Desta forma, os testículos assumem, além da função espermatogênica, uma função endócrina que mantém a espermatogênese, as características e comportamento sexual.

Os espermatozóides passam dos túbulos seminíferos para os túbulos retos até os ductos eferentes, epidídimo e dutos deferentes. Normalmente, o sêmen não é estocado nos epidídimos e sim nos vasos deferentes.

Os galos não possuem órgãos acessórios, tais como vesícula seminal, próstata e glândula bulbouretral, com consequente produção de pequeno volume de sêmen. A média do volume de ejaculado é 0,5 ml com concentração espermática de 4 bilhões por ml de sêmen. Também, o galo não possui um órgão penetrador, sendo o aparelho copulatório constituído por um falo que entra em contato com a vagina após engurgitamento com fluido, semelhante à linfa.

A produção espermática é um evento coordenado que envolve hormônios produzidos pelos testículos, hipófise e hipotálamo. As células de Leydig produzem andrógenos, principalmente a testosterona em resposta a ação do hormônio luteinizante (LH) produzido na adeno-hipófise. Os picos de liberação de LH a partir da puberdade ocorrem devido à perda da capacidade dos andrógenos em manter um feedback negativo na pituitária (Etches, 1996). Acredita-se que o hormônio folículo estimulante (FSH) estimule o crescimento dos túbulos seminíferos e o desenvolvimento das células de Sertoli, sendo a testosterona uma potencializadora deste efeito.

As espermatogônias são produzidas constantemente por divisão mitótica. A evolução de espermatogônias até espermatozóides, por divisão meiótica, dura em torno de 13-14 dias, e o tempo necessário para os espermatozóides passarem através do epidídimo e ductos deferentes de galos é em torno de quatro dias.

Métodos de avaliação da fertilidade de galos

Todo ovo possui o disco germinativo que depois de fecundado constitui o blastodermo (4 mm de diâmetro). A fertilização ocorre no terço anterior do infundíbulo e durante o processo de formação do ovo, que dura mais de 24 horas, ocorre a multiplicação das células. Em termos práticos a avaliação da fertilidade em um plantel de reprodutoras pode ser feita por três métodos:

1.     quebrar 300 ovos cada lote antes da incubação, para verificar se houve desenvolvimento embrionário, ou seja, se está na forma de disco germinativo (1 mm de diâmetro) ou  blastodermo (4 mm de diâmetro);

2.     fazer a ovoscopia em 12 bandejas (de incubação) por lote, entre o 9º e o 12º dias de incubação para a retirada dos ovos claros (translúcidos) com posterior abertura dos ovos, para identificar os férteis e inférteis. Este deve ser complementado com o embriodiagnóstico feito após a eclosão dos ovos nas mesmas bandejas utilizadas na ovoscopia.

3.     fazer o embriodiagnóstico dos ovos de 12 bandejas após o nascimento.

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