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Feliz 2015 - por Antonio Alvarenga

2014 é um ano atípico, pautado pelo "vale tudo" eleitoral.

Feliz 2015 - por Antonio Alvarenga

2014 é um ano atípico, pautado pelo “vale tudo” eleitoral. É tempo de acompanhar diversas artimanhas políticas em acirradas disputas pela Presidência da República, governos estaduais, Senado, Câmara dos Deputados e Assembleias Legislativas estaduais. 

A presidente Dilma briga por sua reeleição e pela renovação de sua base partidária com suas múltiplas alianças, ávidas por recursos públicos. 

A inflação permanece elevada, com indicadores reprimidos por meio de preços administrados. O ambiente externo torna-se complicado, com os ajustes na política econômica dos Estados Unidos. O dólar e as bolsas flutuam ao sabor do vai e vem das pesquisas eleitorais.

O favoritismo da presidente Dilma será testado nas urnas em meio aos anseios populares por mudanças. Os dois principais candidatos de oposição irão bombardear as políticas e programas do atual governo. Não lhes faltará munição.

Há muitos equívocos, principalmente em nossa política econômica. Os artifícios utilizados para mascarar alguns  indicadores não conseguem disfarçar a deterioração dos fundamentos de nossa economia.  Ao contrário, essas manobras reforçam o descrédito na atual governança econômica do país.

O senador Aécio Neves é um político experiente. Tem capacidade para aglutinar pessoas e reunir uma equipe de qualidade. No entanto, sua estrutura partidária é frágil.  Terá dificuldade de enfrentar o rolo compressor do Planalto. 

O governador Eduardo Campos, que sinalizava com uma esperança de renovação, perdeu-se na armadilha do voto fácil, ao aliar-se com a ex-senadora Marina Silva, inimiga declarada do agronegócio. Na eleição passada, ela conseguiu catalisar os votos dos descontentes e obter cerca de 20% do eleitorado. Mas trata-se de um fenômeno típico de “voo de galinha”. À primeira vista agrada aos ingênuos e bem intencionados defensores do meio ambiente, mas não há como disfarçar seu despreparo, idéias confusas e ultrapassadas. Seu histórico e atitudes sempre foram contrárias ao agro. Não é crível sua súbita transformação e adesão ao setor. Trata-se de um disfarce – temporário – com o objetivo de angariar os votos dos desavisados. 

Nos últimos anos, o agronegócio ganhou maior importância econômica e política. Temos uma das maiores e mais avançadas agriculturas do planeta. Somos campeões em produtividade e sustentabilidade. Trabalhamos duro e enfrentamos dificuldades de todo tipo para fornecer alimentos para 200 milhões de brasileiros e gerar excedentes exportáveis de U$ 100 bilhões de dólares por ano – recursos indispensáveis ao equilíbrio de nossa balança de pagamentos. Somos responsáveis por um terço dos empregos do país.

Nas eleições deste ano, os candidatos precisam mostrar com objetividade quais serão seus compromissos em relação ao desenvolvimento de nossa agropecuária.

Esse é o momento dos produtores rurais se unirem para conquistar maior reconhecimento e um espaço político compatível com sua importância no cenário econômico e social. Dessa forma, poderemos ver atendidas suas legítimas reivindicações.

Precisamos renovar e consolidar a bancada ruralista no Congresso, que já demonstrou sua capacidade de mobilização, alcançando significativos resultados em favor do homem do campo. 

Vamos trabalhar, promover articulações e torcer para atravessar 2014 sem grandes sobressaltos. E que ao final do ano tenhamos novos governantes, livres das obrigações eleitorais de curto prazo que possam brindar-nos com um feliz e próspero 2015.